[Verso 1]
Cada eu soul lírico muda a questão do físico
No Brasil, quem que opera não se vê na estratosfera
Há milianos domam planos de milhões
Quem dera!
Dirá, dará, lero, leva uma leva
Em frente aos cardeais nos sete pontos cardeais
Sem crise
Só e tu com registros reais
Monobloco de pessoas que pensam iguais
No propósito de aumentar bem mais
Quem fala de crime, na real crime não vê
Se eu falar do que vivi, tu não vive pra ver
É só uma vez que o sol gira pra você
As vez que faltou cobertor pra aquecer
Na friagem tudo ataca, até a falta do nada
Xeque-mate
Aflição com a alma roubada
Atacadão de pessoas na calçada
Penhorando o senso em busca da sacada
Quer ver o sol nascer, e se não for dentro de ti?
Regredir, vazão, formar um vácuo em si
Se permitir voar, mostrar o passo a seguir
Denominar a razão além daqui
Se gera função, [?] se vão por se sentir
Viajei na imensidão, busquei o som que omiti
Só segui pra ver as crianças sorrir
Oferenda
Agradece esse som que ofereci
[Verso 2]
Regra de etiqueta, tenta pensar sem sua tribo
É treta, né?
Tenta ver a entidade por trás da caneta
Eu vim com o humor de Suassuna
Com o ouvido de Van Gelder
Não pra agradar uma lacuna dos bandidos sem revólver
Eu atravesso esse fio
Sou obstáculo, tio
Inverto funções, domino o medo
O vento é sabido e frio
Bem lido com esse fortuito
Mal digo "boa sorte" e fico
Não sinto pena de bico
Condena a corte e quem é rico
Me vi na sala dos cara
Papéis induzem que eu assine
(Eu não assino!)
Convenci-me a não ser ruim (Desde menino)
Nem dentro desse cassino
Com terno e sapato fino
Farão a cabeça de quem entende liberdade e destino
Sem alarde!
É um pouco tarde pra fazer caridade
Covarde é não aproveitar de ser uma celebridade
Na ceia farta há coragem
Fome de banalidade
Onde o pior não é não saber
É não saber que não sabe
[Scratches]
"É como se a saída fosse nunca entrar no jogo"
"Meu verso é como amônia, neutraliza tudo e todos"
"Entrete real a postura e sua mente"
"Entupiram uma nação de gordura, entretenimento e insatisfação"
"Fácil falar bosta se não entende o social"
"Fecham-se as cortinas e você não é mais ninguém"