Johnny Virtus
Mau Tempo Daqui
[Letra de "Mau tempo daqui"]
[Intro]
Minha cabeça estremece com todo esquecimento, e procuro dizer como tudo é outra coisa
[Verso 1: Minus]
Era bom que pudéssemos fazer as pazes
Já chega de fases, não adianta eu ir embora nos teus passos
E mesmo que tu ultrapasses
Existirá um antes
Bazamos ou ficamos a ver a calvice levar-nos
Até lá, talvez te veja depois quando formos mais dois
Para dividir o que fomos
Eu escrevo porque gosto de haver encostos
A darem me o papel de escravo
No mesmo papel que escrevo o momento em que começamos
E assim que acordo, eu já tenho acordes no piano
Numa sétima maior até me senti melhor
Uns já não me dão, outros não se dão ao esforço
Por serem a condição daquilo que eu não mostro
Meu querido mês de Agosto, eu queria ser preguiçoso
E ter o mesmo que os outros sem perder o que eu gosto
Estranha forma de vida que me ensina a ser a cruel
O meu espaço no teu sofá enquanto vês a novela
É o castigo de ser correcto comigo
De não me ver como amigo do teu umbigo
Enquanto brigo sozinho
Talvez ninguém tenha a culpa
Desculpa a minha ausência
Às vezes não sabemos onde erramos com clareza
E nos braços onde deixamos franqueza
Tenho a cama que nos teve
E que nos amou com certeza, penso
[Verso 2: Tácio]
Dias cinzentos, ao tempo que tu não me agradas
Porque tu passas e eu continuo no nada
Um livro sem capítulos, uma página sem riscos
Onde se foi apagando tudo o que foi nela escrito
Tenho um cupido com quem partilho um abrigo
Seria um lar doce lar, se eu fosse capaz disso
Vou vivendo com isso, não me oponho a isso
Farto de mim eu digo que estou farto disto
Insisto, resisto, respiro.. e o fumo leva-me para outro sitio
Para outra rota e eu fico fora de órbita
Longe da atenção de tudo aquilo que me estorva
Como o palhaço que não sabe se ri se chora
Certos momentos eu nem sei se fique ou corra
Daqui para fora, embora haja o que prenda
Os meus pés ao chão ainda que nele haja uma fenda
E reza a lenda que o que dura perdura
Tanto bate que fura, que o tempo tudo cura
Mas o céu abriu-se e passou a luz escura
E nós ficamos juntos de mão dada a ver o sol
[Refrão: Minus]
És silêncio que tudo fala
Dia que não se acaba
Sorriso que me limpava o mau tempo daqui
Mas agora a chuva não pára e a noite é outra etapa
Queria ter-te numa almofada e saber que não te perdi
És silêncio que tudo fala
Dia que não se acaba
Sorriso que me limpava o mau tempo daqui
Mas agora a chuva não pára e a noite é outra etapa
Queria ter-te numa almofada e saber que não te perdi
[Verso 3: Paulinho]
Antes de ti não sabia sequer a beleza de medo
Procurei dizer te como tudo é outra coisa ao mesmo tempo
Deixei te estar, deixei de ouvir os que mais amava
Para te ver a ti ao meu lado na nossa cama improvisada
Como o nosso amor durante a madrugada
Na casa que destabiliza, segura por uma fachada
Não digas nada, ouvi o que não foi preciso
Senti, vi o que foi preciso
E só preciso de estar no meu sítio
É só isso, seguimos para uma diferente página
Imaginando o que o brilho dos teus olhos lacrimava
Por veres quem tens ao lado e debaixo da almofada
Pela casa deixas cheiros como à lua que te dava
O que os meus ouvidos ouvem, será que é mentira?
Porque o coração não sente o que quer que a tua boca diga
É a verdade que me faz correr atrás do que senti
Deixar tudo por aqui, inclusive a ti
Penso estar de partida, o destino teima e não percebi
Não te decides, então que a vida decida por si
Antes de ti não havias tu, és o que significa
És o suficiente para me explicar tudo o que me explica...
[Verso 4: Fokus]
Não vejas isto como um resumo
Nem tudo o que acaba se apaga
Estou feliz por hoje seres tudo, só te faltar este nada
Comigo foste a luz do dia, da noite e da madrugada
Junto atravessamos o oceano e morremos numa poça de água
Não sei o que se passa, a comida não me sabe a nada
A cabeça não pára e o corpo gela por mais roupa que traga
Não chores, pára, borrata as cores perde o encanto
Na vida ou em fotos, ficamos bem a preto e branco
Cobri-te de pétalas, fiz te caminhos de velas
E dei te ramos, punhas lá para as flores serem eternas
Desde aí, Cinderelas, noites de sonho, o feitiço acaba
De manhã perdem um sapato e vão descalças para casa
Longe de ti, sem conseguir estar preso a ninguém
Só tu sabes quando eu estou mal, só eu sei que te quero bem...
Desculpa o silêncio
Mas as lágrimas atrapalham enquanto escrevo
Voltando ao mesmo
Eu odiar-me por te amar ao mesmo tempo
Vejo te em sonhos e não é contigo que adormeço e penso
Será que foste a mulher da minha vida?
E com tantas que dormia e tu ficaste como amiga
Quem sabe se era verdade aquilo que eu te prometia
Quem sabe se foi genética que nos fez ter esta química
Quem sabe se no futuro acabamos juntos um dia
Porque se eu soubesse, eu nunca te mentia
[Refrão: Minus]
És silêncio que tudo fala
Dia que não se acaba
Sorriso que me limpava o mau tempo daqui
Mas agora a chuva não pára e a noite é outra etapa
Queria ter-te numa almofada e saber que não te perdi
És silêncio que tudo fala
Dia que não se acaba
Sorriso que me limpava o mau tempo daqui
Mas agora a chuva não pára e a noite é outra etapa
Queria ter-te numa almofada e saber que não te perdi