Johnny Virtus
Só Mais Um Pouco
[Refrão]
Tragam a cobertura, tapem essa figura
Pintem a cara que é o tempo, que o tempo recua
Enquanto se habitua hão de ver quantos mais atuam
Para quê só mais um pouco se há muito que isto se atura
Tragam a cobertura, tapem essa figura
Pintem a cara que é o tempo, que o tempo recua
Enquanto se habitua hão de ver quantos mais atuam
Para quê só mais um pouco se há muito que isto se atura
[Verso 1]
Gente por toda a parte, gente que põe à parte
Parte de uma vontade que parte do querer ficar
Porque emigrar é o par deste lugar, há um fardo pesado
Ao enganar 'pa conseguir estar
Objetivo perde o foco dum lar e as pessoas
Alguma tendem a afinar o que não soa
Compromissos de felicidade fazem uma ementa de um futuro
Mas o prato do dia não alimenta e a fadiga aguenta desde 80
A tentar soluções cuja função é só pesar
Manda vir mais uma dose, o erro surge a pouco e pouco
O erro não é só do outro, porque nós somos os outros
Começam uniões, resultam divisões
Preparações, relações perdem sugestões
É uma congestão do hábito comer amor à pressa
Será sorte nunca termos nada que o impeça
Incógnito, o ritmo de uma fase essencial
É o andamento de modo de ver o que é real
E a verdade é uma traição, vestida
Contida p'rós que não mentem
Mas para alguns os mesmos servem de mentira
(mentira, mentira)
(mentira, mentira, mentira)
[Refrão]
Tragam a cobertura, tapem essa figura
Pintem a cara que é o tempo, que o tempo recua
Enquanto se habitua hão de ver quantos mais atuam
Para quê só mais um pouco se há muito que isto se atura
Tragam a cobertura, tapem essa figura
Pintem a cara que é o tempo, que o tempo recua
Enquanto se habitua hão de ver quantos mais atuam
Para quê só mais um pouco se há muito que isto se atura
[Verso 2]
Lá fora passam instantes e neste passam uns tantos
Motivos para deixarmos de sermos emotivos
É justo ser apanhado na relação de 2 palavras
Acudido na fortuna, sacudido quando o guito acaba
Alívio com caminhos prejudiciais
Tipo medicação calmante com efeitos laterais
E a rua presta o carimbo de indivíduos rendidos
Porque tantos mal-entendidos fazem tantos mendigos?
Queres uma casa de volta, eu digo: sim, 'tass
Mas essa frase não é aceite na sintaxe
Vi no ditado quem dá aos pobres empresta a deus
E deus empresta ao rico aquilo que o pobre deu
Nao há continuação de vida pr'ós demais
É um percurso natural para sermos tão naturais
Tão iguais, tão desleais
Leais à uma lei de uma luta
Conduta, dita filha da puta
Para quê só mais um pouco, dum um pouco que tira
O pouco estímulo de uma conquista, é só um símbolo
Promessa é um cartão de visita, ma' não cativa
Cultiva quem contamina o espaço de quem germina
Cereja no topo quem beija dum topo
Então ficamos como estamos, será pouco?
Porque esquecer o foi é uma passagem de sensação
Ter uma nova rotina é uma diferente repetição
(Dêem só mais um pouco...)
[Refrão]
Tragam a cobertura, tapem essa figura
Pintem a cara que é o tempo, que o tempo recua
Enquanto se habitua hão de ver quantos mais atuam
Para quê só mais um pouco se há muito que isto se atura
(Dêem só mais um pouco!)