Johnny Virtus
Perdidos & Achados
[Intro: Paulinho]
As coisas - destino - acontecem
[Verso 1: Virtus]
O que é que existe mais, perder ou achar?
Qual dos dois resiste mais e viste mais p'a poder achar?
Eu venho da escola, cuja matéria sempre foi relativa
Um lado mau e bom é igual, depende da cena que o motiva
Chega a hora em que admito o facto que me apetece
É que a vergonha ficou, para mim já nem carapuço serve
Chegam as metas e reparo num ciclo de estafetas
Fim de semanas, o saca-rolhas não passa vez à caneta
E eu não passo a vez às horas que não uso
Recuso-me, eu ganho tempo sem relógio no braço
Marco tempos no pulso
Tamanho engano, fim que toda a gente diz
Quem tem boca vai a Roma, a minha ficou em Paris
Há leis da compensação para os que ignoram
Há mães que não se adaptam e por isso adotam
E vens do nada e basta, pronto para uma razão muda
Sou pai para a minha irmã, bro, e tenho as mesmas perguntas
Não vivo com um prato cheio, só tiro um coche
Não quero palmas nem um lugar
Quero tocar como a Palma do Jorge
Mas é marado, o que é que eu faço como curso?
Sentado, tv dá-me um concurso
Comecei com um tudo, mas terminei como tudo
Fazes tu? Fazes tudo?
Mas isso não faz de tudo
Achado ou perdido - mas o primeiro é que importava
Agora exigem mestrado, eu caminho numa estrada
[Refrão: Virtus & Paulinho]
Dos que lutam aos que morrem
Dos que sonham aos que dormem
Dos que tentam aos que podem
Nós achamos que somos
Dos que pensam aos que movem
Dos que encaram aos que encobrem
Dos que voltam aos que fogem
Ou perdemos porque fomos?
Dos que lutam aos que morrem
Dos que sonham aos que dormem
Dos que tentam aos que podem
Nós achamos que somos
Dos que pensam aos que movem
Dos que encaram aos que encobrem
Dos que voltam aos que fogem
Ou perdemos porque fomos?
[Verso 2: Paulinho]
Pode ser fácil perceber, difícil é exprimir
Ou achas que a vida é ao contrário? Só 'tás a fazer o pino
Perder ou achar, há quem 'tá aí antes e os que 'tão próximos
Para muitos são azares, para outros são antónimos
E 100% dos rappers, só um sexto percebem
Uns perdem quando se acham, outros acham quando se perdem
Têm raps, fazem beats, manos fazem clicks
Instintos, vestem-se à pimps
Sem originais, só fazem mixes
O suor trabalha quando sentes no físico
Se perdes o teu trabalho é porque te avaria o disco
E na disco, elas acham a noite quando perdem a vida
Depois perdem-se na noite, e tu acha-las na vida
Na frente estamos ou diferente estamos
Porque é que a boca não cede e a mármore impede chamarmos
Aprendo, perco ou venço, no fundo relato o que penso
E ouvires-me neste momento, achaste ou perdeste tempo?
[Verso 3: Virtus]
Quando perdes e achas, ferves e deixas que isso te assuste
Mas quando achares o futuro, perdes as deixas em vão
Mas sabes isso, depois tens que te fazer ao piso
E depois desse depois há um pois a quem o dizes pois
Eu falo por mim quanto à fasquia
Frutos sem garantia
Além da crise, mais ninguém confia
Conheço atalhos mas não sigo sem indicação
Desorientação por vezes surge da rejeição
Mas fico como ficar, arrisco a registo assim não dói
Assumo o instante sem volta à data tipo uma polaroid
E muitos perdem tudo em stresses relacionais
Só porque em pedras todos pegam e a palavra pesa mais
Caga p'a isso, risca e rasga e finta o teu desinteresse
Para chatos a gente vê-se ou põe o preço
Usa um terço desse critério e já passaste
Ganhas sempre o mesmo mesmo que percas o que achaste
[Refrão: Virtus & Paulinho]
Dos que lutam aos que morrem
Dos que sonham aos que dormem
Dos que tentam aos que podem
Nós achamos que somos
Dos que pensam aos que movem
Dos que encaram aos que encobrem
Dos que voltam aos que fogem
Ou perdemos porque fomos?
Dos que lutam aos que morrem
Dos que sonham aos que dormem
Dos que tentam aos que podem
Nós achamos que somos
Dos que pensam aos que movem
Dos que encaram aos que encobrem
Dos que voltam aos que fogem
Ou perdemos porque fomos?
As coisas acontecem!