Johnny Virtus
Inocência Perdida
[Letra de "Inocência Perdida"]

[Verso 1: Mundo Segundo]
Inocência perdida, violência doméstica
Pai homicida, mãe submissa anorética
Cancro maligno, uma ordem de despejo
Um natal sem prendas, sem um único desejo
Primeiro funeral e a primeira luta
Primeiro sentimento é raiva à primeira disputa
Primeira vez que saíste e namoraste a mentira
Pensavas até então que ninguém descobriria
Quando te deixaram p'ra trás sozinho perdeste a paz
Como quem acende um cigarro num quarto cheio de gás
Primeira relação química e metafísica
Primeira traição fruto da atração física
Primeiro dia que trabalhas primeiras despesas
Sobrevivente que no presente vê um futuro de incertezas
Criação de defesas sem que tu te apercebas
Hoje és um homem diferente, não dorme de luzes acesas

[Sample]
O destino é conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. Estou hoje lúcido. A inocência foi perdida. Hoje vivo e sinto como se soubesse a verdade. Eu não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada, mas aparte disso tenho em mim todos os sonhos do mundo

[Verso 2: Né]
Estou certo tão certo que estar errado
É cair no erro de pensar que estou sempre certo
Neste círculo vicioso, nesta pressão citadina
Inocência é perdida em cada rua a cada esquina
Vejo homens que ainda ontem era crianças
Num abrir e fechar de olhos, adaptaram-se às mudanças
Do caderno à pistola, da foice à [?]
Da palavra à ação, da promessa, é só treta
Nascemos, morremos pelo meio sobrevivemos
Não dou ao mundo mais herdeiros neste mundo que vivemos
Tenho medo, a inocência cedo perdi
Não nasci em berço d’ouro nem se quer um berço vi
Os brinquedos eram pneus, arcos, bolas de trapos
Agora os putos dos PC's riem-se dos mais fracos
Só agora dei por ela, quando me sinto robô
Porque anteontem era filho, ontem pai, hoje avô

[Sample]
O destino é conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. Estou hoje lúcido. A inocência foi perdida. Hoje vivo e sinto como se soubesse a verdade. Eu não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada, mas aparte disso tenho em mim todos os sonhos do mundo

[Verso 3: Berna]
Acendo um… reflito, medito
Sou mediador do meu próprio conflito
Ser eu ou não ser eis a questão
E mais tarde ou mais cedo também vais responder
Na altura do resgate vê-se a personalidade
Ficarás bem contigo, ou vais-te render à idade?
À pressão da sociedade, da família do costume
À tendência p'ró fracasso quando te isolas do cardume
Envelheces e voltas a ser criança
Será um sintoma de Alzheimer, a fuga ou uma doença?
Vou perguntar à minha avó mas ela ri-se como um puto
Ao contrário de um adulto
Que faz tudo com um segundo intuito
Num teatro encenado, ensaiado, encerrado
Mal a cortina corre muda-se a peça
Realidade ou ficção
Qual das duas escolheste quando o fim se atravessa?

[Sample]
O destino é conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. Estou hoje lúcido. A inocência foi perdida. Hoje vivo e sinto como se soubesse a verdade. Eu não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada, mas aparte disso tenho em mim todos os sonhos do mundo