[Letra de "Almofadas"]
[Verso 1]
Isto é uma espécie de carta
Eu quis-me pôr à parte
Mas já não chega a arte, somos mais do que a saudade
E se a vida me empurrar para um sítio do qual não gosto
Talvez te importes ou voltes para me vir buscar
Este é o meu caminho [?]
No teu caminho, só
No qual eu vi um sonho
E quis contar por me importar
E se não adiantar, talvez te deixe a ambição
E uma nota em rodapé que tem PS na canção
Sinto-me a soar banal
Tou longe de heterónimos
Hoje sou apenas eu
Sem espaço para ter dois nomes
Não importa quem nós somos
Adultos não têm desculpa
E se antes tinham acho, hoje acho uma desculpa
Ausência, com o tempo encontra razões pouco certas
Ou materialismos que a vontade guarda nas gavetas
Já me ensinaste a ter maneiras
Eu senti o ser
Houve em mim algum receio
Por ter medo de assumi-lo
A tua irmã diz que eu já não brilho tanto
Que o meu olhar é franco
Mas está longe do que era dantes
Para os que sabem eu mantive-me distante
Mas não houve um instante
Que não tivesse a pensar que era franco
E a pensar nisso exato, isto é um biscate
Eu desculpar-me por ter sido sempre fraco
Vou partir desta almofada
Embora durma noutro assunto
E que este seja o presente
Com exemplo no futuro
Dá-me só mais um pouco
Ao pouco que não conheças
Embora eu também escreva
Não tenho as tuas certezas
E embora eu saiba aquilo que tu falas
Hoje sou eu que assino
Árvores, pássaros e almofadas