[Verso 1]
Tentações antigas
Onde as mãos tiveram quase numa fase
Cujo ênfase era o que hoje já não passa
Ambições, nostalgia, distante
Um sabor constante, um contraste, um tempo triunfante
Quando no entanto
Ser infante é o relevante no quotidiano
Nos meus olhos hoje já há pouco espanto
Mas é aqui que me conduz
O prazer é o meu abuso
Faço das horas o meu imaginário multiusos
Sem horário fuso, uso em quatro estações
É chuva, vento, sol, é liberdade com refrões
Declaração de uma opção que tomo sem precaução
Sem caução que mexe a minha percussão numa discussão
Entre música e palavras
Lanço alternativa até acabarem num romance
Num quarto sem divisões
Dormitório de canções
Serões num oratório de nexo simples ou complexo
Num coração, pulsação [em um?] wave num beat
Numa audição conhecida que parte qualquer hit
É o kick de impressões
Para a criação sair
Dum tesão de ideias prontas a parir
O meu apreço é um berço em forma de mini studio
Sem antes e depois
Vivíamos ambos no gerúndio
Que venha o céu calmo
[Fodido?] que a noite insiste
Não me atinge, não tenho medo de pôr a caneta em riste
[Refrão]
Construção, torna-te uma unidade
Direção, faz da idade uma oportunidade
Traz o defeito da verdade e dá-lhe dimensão
Encontra a tua condução
Construção, torna-te uma unidade
Direção, faz da idade uma oportunidade
Traz o defeito da verdade e dá-lhe dimensão
Encontra a tua condução
[Verso 2]
De um mundo fora
Sem cara, e um mundo que não sara, que não para
Para o pensamento guiar a rara
Decisão de ser quem sou
Pois o que sou neste momento, flow
À força sou livre e me convida um mundo vivo
Cria o incentivo, não pares
Só por risos remotos
Mesmo que a rua te deixe com os bolsos sem trocos
(é [?] atreve-te sem método)
Fura o fracasso com um prego teu e pendura lá o teu ego
Abusa do que te eleva, eleva o teu skill
Ou tenta ver o dia de hoje em forma de vinil
[Movê-lo?] de mil maneiras
É agir com intenção
É vir com alguma vocação e deixar a provocação
Não é conselho, é seleção de um outro lado
Faz um privado, não ponhas o sonho mal estacionado
Pessimismo passa multa por culpa do mau olhado
E se havia no futuro, procura a prioridade
[Refrão]
Construção, torna-te uma unidade
Direção, faz da idade uma oportunidade
Traz o defeito da verdade e dá-lhe dimensão
Encontra a tua condução
Construção, torna-te uma unidade
Direção, faz da idade uma oportunidade
Traz o defeito da verdade e dá-lhe dimensão
Encontra a tua condução
[Verso 3]
Sou adotado pelo genuíno estado que tu pisas
A minha tutela, papel, que tu desperdiças
Nas minhas calças, só levo uma carteira
E a urgência da minha arte é maior que uma algibeira
Maior que a falência que gere uma divulgação
Com uma ação que vale menos que a minha pensão
Alguma guita por vezes
Como servente ao sábado
E só o equipamento que compro é que me dá aumento
Sem lemas concretos, não sou amigo do provérbio
Sou anti tédio
Anti génio
Curto mais oxigénio
Sou anti música magra
A minha medicação é a dedicação
Levanto rimas sem viagra
Não educo a literatura, sou perverso
Esta é a minha introdução só faço frente a versos
Entrego a folha em branco para qualquer inquérito
A pé no meu espaço, confere, nunca pedi boleia ao mérito
[Refrão]
Construção, torna-te uma unidade
Direção, faz da idade uma oportunidade
Traz o defeito da verdade e dá-lhe dimensão
Encontra a tua condução
Construção, torna-te uma unidade
Direção, faz da idade uma oportunidade
Traz o defeito da verdade e dá-lhe dimensão
Encontra a tua condução