Black & Djonga
Luto 2
[Verso 1: Black]
Aah, não sei se arrumo forças pra cantar
Ou se eu canto pra arrumar forças
Mas sinceramente, mano, que se foda
Avisa pros amigos que ficou em cima do muro
Que eu vou começar a pôr cacos de vidro nessa porra
Olha pra esse caos todo ao meu redor (Redor)
Me diz o que te inspira a ser o melhor (Melhor)
Todo esse brilho é só o meu suor (Suor)
Fogo nessas linhas desde menor (Menor)
Rabisco essa enquanto eu acabo com a bebida e ela acaba comigo
Finalmente algo recíproco
Os cara fica louco
Que normalmente quem vira no rap vira escroto, nós não
Comer ovo por opção tem um gosto diferente
Quem sempre teve o que quis no prato é claro que não me entende
Não tem vergonha, cara?
Comprando mais seguidores do que comida pra dentro de casa

[Refrão 1: Black]
Ow, preta, até mais, eu já vou
Sabe, o momento chegou
Se tudo seguir conforme meus planos
Logo pros teus braços eu vou voltar
Ow, preta, até mais eu já vou
Sabe o momento chegou
Se tudo seguir, se tudo seguir
[Verso 2: Black]
Dos mesmos criadores de "gritando cada vez mais alto", vem aí "gritei tão alto que a inveja acordou"
'Cês que acham que a própria queda é a subida dos outro e vice-versa deve ter o sono bem perturbador
É, eu reparei como eles repararam quando eu passei no débito nesse restaurante caro
É o tipo de pessoas que não gostam de ver o filho da empregada na mesma sala que o filhinho do deputado
Suas decisões que te levam pro topo, nego
Suas decisões que te levam pro lodo, nego
Já faz um tempo que algo fica sussurrando
Isso no meu ouvido o tempo inteiro

[Verso 3: Djonga]
Gritando cada vez mais alto com a esperança que esses filha da puta não são surdo
Pensando bem no pé que tá, nós jogando igual Paquetá
'Cês já ouviram, o que incomoda é o conteúdo
Caras de direita não aguenta ver preto olhando cardápio pelo lado esquerdo
Menor, pode se acostumar melhor
Depois que me deram valor, eu nunca mais soube o que é preço
Mara
Fazer rap não é tão bom assim, ganhar dinheiro pra falar como o mundo é ruim
O certo mesmo era ostentar meu Supreme, Lacoste
Versão escroque de Travis Scott tupiniquim
Tem quem se irrita com seu sucesso, se esforça pra superar
A diferença dos otários para malandragem
Peita, nosso mais alto grau de medo comparado a tu ainda é excesso de coragem
Gastando verso como fosse lixa, ainda sim soa mais sério que esses seus lixo de verso
Controverso, 'cê quer me oferecer água limpa nesse mar de merda que tá submerso
Quanto mais sucesso mais humilde fique
Talvez até umas minas 'cê umidifique
Não precisa ser um Bolche-BIC
É só pegar o papel-moeda e ressignifique
Como não se revoltar com o jogo, irmão?
Onde o primeiro lugar sobe no pódio dirigindo em contramão
Nós só reclama por isso
Me dê oportunidade igual que em qualquer ringue eu te deixo no chão
Minha decisão foi de passar o rodo, nego
Igual as mãe preta passava em suas casas desde cedo
Cultura imunda
500 anos e 'cês ainda não aprenderam a limpar a própria bunda
[Refrão 2: Djonga]
Ow, preta, até mais, eu já vou
Sabe, o momento chegou
Se tudo seguir conforme meus planos
Esse ano os meus irmãos vai estourar
Preta, até logo, eu já vou
Sabe, o momento chegou
Se tudo seguir, vai ter mais preto que racista pra queimar