Each1
Emperfeito Equilíbrio
[Letra de "Emperfeito Equilíbrio"]

[Verso 1: Each]
Rotas previamente traçadas não existem como dizem
A linha da minha vida são várias que se dividem
Há opções que definem o que somos
Outras não definem
Há vários pontos de vista
A hipótese de novas linhas existirem
O futuro é imprevisível como somos
Eu questiono os outros
Mas é sobre mim que as dúvidas incidem
São eles quem me julga
Mas no fim das contas
Não são eles que decidem
Nem lidam com a minha culpa
Orientei as escolhas segundo um sentido lógico
Perdi-me no caos
Convencido que o fiz de propósito
Questionei as respostas que a vida me deu
Como se fossem menos verdade
Do que as questões que eu coloquei
E afastei-me deste sítio onde pertenço
Infligindo dor no espírito
Para que quando a sentisse
No corpo não doesse
Mas foi-me impossível desligar da realidade à minha frente
Como se decidir fizesse só por si com que escolhesse
As coisas interagem entre si mutuamente
Até que ponto sou influente nas decisões que tomo?
Se os acontecimentos me transcendem como julgo
Responsabilizo-me apenas na ilusão de que os controlo
O que penso é consequência do que vejo
Até que ponto vejo o que penso?
O pensamento é redundante por si próprio
Quando o calculismo induz a existência
De uma margem de erro
Inferior à dimensão total do espectro dos meus olhos

[Refrão/Coro]
Considerando-nos uma reta
Que se define entre dois pontos
Sendo eles ao mesmo tempo
O início e o fim um do outro
Interceptando-se entre todos
É isto que somos

[Verso 2: Chek]
Se não sabemos o futuro
Como é que definimos os erros
Sendo eles 'tão relativos
Que até deixam de sê-lo?
Constantes cruzamentos
Num determinado tempo são tantos
Que o resto me parece nunca ter existido
Este vazio não é nada mais, nada menos
Que igual aos outros
Apenas um fim semelhante
Com diferentes inícios
Coloco hipóteses entre estes pontos onde me insiro
Como posso ser mais do que eu próprio
Sendo o mesmo indivíduo?
Já não quero viver a vida dentro das minhas memórias
Porque as coincidências transformam-se em paranóias
E afastam-se
Levando-me a pensar que fazem sentido
Até que a dor passe ao raciocínio
E me leve dali
A consciência 'tá mais pesada
E o corpo leve
Ainda assim tento procurar o que é mais certo p’ra mim
E volto atrás
Tentando tirar conclusões sobre tudo
Se calhar é esse o maior erro!
Tenho tanto medo de mim próprio
Que às vezes me precipito no escuro
Porque a luz apenas se limita a dizer-me
O caminho mais lógico e seguro-o
Seguro de que essa seja a melhor forma
Deformando o meu caminho
Formando uma linha nova
Uma porta antes fechada
Abre-se ao encontrá-la
Será que devia empurrá-la?
O destino é uma incógnita
À volta das vossas palavras
Ouvindo falar da minha vida
E não é o que dizem que me cala mas ela própria

[Refrão]
Considerando-nos uma reta
Que se define entre dois pontos
Sendo eles ao mesmo tempo
O início e o fim um do outro
Interceptando-se entre todos
É isto que somos