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Episódio 1 - Um dia como os outros
[Letra de "Um dia como os outros"]

[Intro: Keso]
Episódio um
Um dia como os outros
Os três amiguinhos encontrar-se-iam no "Bifes", onde tentariam cogitar algo de diferente para fazerem naquela noite. Ao recordarem algumas de suas aventuras, dariam também início a um excerto de uma história sombria com um final feliz

[Refrão: Chek1]
Nada se passa nesta nossa pequena aldeia
Observamos atentamente qualquer tipo de movimento
Queremos algo que se faça
E é p'la noite que a gente anseia
Elaboramos um planeamento
E aguardamos pacientemente
Aqui ninguém nos toca, se não a coisa fica feia
Nenhum de nós se corta, toda a gente nos receia
Em Burlena (Burlena)
Aqui ninguém se importa de levar uma tareia
Qualquer coisa 'tamos no "Bifes" a pitar a nossa ceia
Ou a vaguear p'las ruas com a garrafa meio cheia
Burlena

[Verso 1: Chek1]
Sentados na mesa do canto bebemos e aguardamos calados
Há algo de inquietante neste silêncio do qual vos falo
Este Zé opinou de mais e viu os meus olhos arregalados
P'ra acompanhar os tremoços
Por pouco não comeu um estalo
Deve estar a chegar o Silva para acalmar estas desavenças
E p'ra partilharmos a estupidez que sai da boca do Cabeças
E até nos rirmos os dois juntos
Formamos os três um belo grupo
E muitas vezes eu até me entendo com o puto
Ainda no outro dia violamos os dois uma velhota a meias
Gritava que se fartava
E aquele maluco tapou-lhe a boca com as próprias meias
E eu ria-me como um perdido que na verdade o é mesmo
Aturdido em qualquer sentido que a palavra tenha presente
É nestas coisas que o Cabeças chega a ter algo lá dentro
Por muito que às vezes pareça meio oco
Não o é totalmente
De quando em quando ele até pensa
Mas por ser 'tão raro é sempre surpreendente
Ele próprio se surpreende nesses momentos
Já com o Silva é diferente
É o mais velho do bando
O mais calmo, o mais prudente
O mais paciente, mais brando
Todos dizem que antigamente era completamente insano
'Teve preso durante uns tempos
'Tá cá fora há menos de um ano
Desde então juntou-se a nós
E a muitas destas lindas memórias
O "Bifes" é o ponto de encontro
Burlena é o início da história
Ele chegou e juntou-se agora
Quando entrou descreveu o frio que 'tava lá fora
Ao balcão levantou-se um homem e foi-se embora

[Refrão: Chek1]
Nada se passa nesta nossa pequena aldeia
Observamos atentamente qualquer tipo de movimento
Queremos algo que se faça
E é p'la noite que a gente anseia
Elaboramos um planeamento
E aguardamos pacientemente
Aqui ninguém nos toca, se não a coisa fica feia
Nenhum de nós se corta, toda a gente nos receia
Em Burlena (Burlena)
Aqui ninguém se importa de levar uma tareia
Qualquer coisa 'tamos no "Bifes" a pitar a nossa ceia
Ou a vaguear p'las ruas com a garrafa meio cheia
Burlena

[Verso 2: Chek1]
Escurecia agora o café ficara subitamente vazio
Peguei no copo e saboreei aquele licor quente e macio
'Távamos sem ideias concretas a debater há horas a fio
Na verdade com pouca vontade de sair dali
Por causa do frio
Admitimos primeiro a nós
Depois aos outros custosamente tal evidência
Naquele jogo de posições
P'a facilitar a tarefa eu sugeri uma nova regra
Se é pra ficar eu digo o "S", tu dizes o "I", ele diz o "M""
E assim foi
Recordaríamos fragmentos que jamais nos cansariam
Nas habituais sucessões
Chegaríamos ao ex-libris dos nossos feitos
Ao lembrarmos os dois filhos do xerife
A arder junto c'o resto do lixo dentro d'uns latões
Um mais um são dois
O resultado é certo
Menos dois filhinhos
Nem sobraram restos
Foi só um ajuste de contas
Ele sabe o que fez ao Silva
Não somos porcos como eles
P'a nos meterem naquela pocilga
Só de falar em porcos já sinto o cheiro a bedum
Chama 'masé pelo Ismael
E pede um bagaço p'a cada um
Enquanto esperamos
Que as bifanas 'tão ao lume
Recordemos, brindemos
À minha história, contemos um pequeno resumo