Bárbara Tinoco
Dois Dedos De Testa
[Verso 1]
Ser mulher aqui é ser mulher de quem?
Ter um papel assinado p'ra ser alguém
Ser decente, quem se apresenta à mãe
Mesmo que o filho não valha a mulher que tem
Ser mulher aqui é ser submissa
Rezar o terço, dizer sim e ir à missa
Não ter opinião, ser bonita
Ser tão nova quanto o Estado e andar bem vestida

[Pré-Refrão]
E eu que tenho a liberdade debaixo dos braços
Tenho brasas a arder debaixo dos pés
Pus uma pedra sobre o meu passado
E se o que eu sou ofende quem és

[Refrão]
Deixa-me abanar a cabeça, põe mais vinho nesta mesa
Que eu, eu quero esquecer
Quero ser o centro da festa, o assunto da conversa
Eu, eu quero aparecer
Deixa-me abanar a cabeça, põe mais vinho nesta mesa
Que eu, que eu hoje faço um brinde
Quero ser dona da festa, tenho dois dedos de testa
Sou a voz e nem sou boa ouvinte
[Verso 2]
Foi deixada, abandonada
É carente e mal amada
Está tão triste e tão sozinha
Pobrezinha
Sem apelido e sem marido
E de quem será o filho?
Está cansada, ela trabalha, coitadinha
Coitadinha

[Refrão]
Deixa-me abanar a cabeça, põe mais vinho nesta mesa
Que eu, eu quero esquecer
Quero ser o centro da festa, o assunto da conversa
Eu, eu quero aparecer
Deixa-me abanar a cabeça, põe mais vinho nesta mesa
Que eu, que eu hoje faço um brinde
Quero ser dona da festa, tenho dois dedos de testa
Sou a voz e nem sou boa ouvinte

[Pré-Refrão]
E eu que tenho a liberdade debaixo dos braços
Tenho brasas a arder debaixo dos pés
Pus uma pedra sobre o meu passado
E se o que eu sou ofende quem és
[Refrão]
Deixa-me abanar a cabeça, põe mais vinho nesta mesa
Que eu, eu quero esquecer
Quero ser o centro da festa, o assunto da conversa
Eu, eu quero aparecer
Deixa-me abanar a cabeça, põe mais vinho nesta mesa
Que eu, que eu hoje faço um brinde
Quero ser dona da festa, tenho dois dedos de testa
Sou a voz e nem sou boa ouvinte