[Intro: MV Bill]
Yo, salve DJ Caique
Conectando a lusofonia
Em tempos de dureza só os fortes ficarão de pé
Muita fé
[Verso 1: Kmila CDD]
Saudações africanas, filha da lusofonia
Pele preta, independente com a carta de alforria
Sou fruto dessa terra em pé de guerra
Com rajada de palavras pra você que não sabia
How, guerreira de fé, mantive a minha base
Tá ligado, eu sou mulher
Positividade é o que me mantém de pé
Aos irmãos do outro lado deixo todo meu axé
Conectando continente, elo da corrente da minha gente
Linha de frente, respeita quem pôde chegar
Eu rimo há 20 anos, salve africanos
Sei quanto lutamos pra mordaça do silência arrebentar
[Ponte: MV Bill & Kmila CDD]
Kmila
Da CDD, cria
Disseminando pensamento como epidemia
Minha linguagem é de rua com estilo urbano
Chama as mina os mano preta cabulosa de sangue africano
[Verso 2: MV Bill]
Seja bem vindo ao meu mundo sinistro
Nessa viagem não tem que ter visto
Conexão, desenvolvendo a visão sem escravidão
Eles não sabem da nossa meta, do nosso plano
Juntar a Cidade de Deus, brasileiro e africano
Encontro lusofônico, impacto supersônico
Tentar negar a nossa existência é irônico
O beat é do DJ Caique
Levando a bandeira de sangue de Salvador a Moçambique
Levantando pedra, construindo nossa rede
Sabotage no Canão, Boss AC em Cabo Verde
Vacilão não cola, quem tá ligado não enrola
Que um discurso inflamado dá cadeia na Angola
Guiné-Bissau, São Tomé, Macau, Portugal
Nós é tudo igual, na mira da lei, salve geral
Infiltrados nessa cena que revigora
Mais poderoso, mais preto
Por dentro e por fora
A questão levantada não é mera retórica
A saga de guerrilha de quem luta é histórica
Pra levantar favela
Um pouco de Zumbi,(Dandara) e Mandela
[Refrão: MV Bill & Kmila CDD]
Mesma língua, um só coração
Movimento, resistência que brota do chão
Sentimento que não cala, não gostamos de senzala
Temos liberdade pra andar na contra mão
A gente tem a mesma língua, um só coração
Movimento, resistência que brota do chão
Sentimento que não cala, não gostamos de senzala
Temos liberdade pra andar na contra mão
[Verso 3: NGA]
Eu sou filho da Clementina
E filho da vida dura
Neto da ditadura
Um mulato, uma mistura
Tanto índio da Amazônia
Como preto das colônias
E sangue da escravatura
Sou soldado nessas ruas
Olhado como um recluso
Odiado porque pra eles
Eu não passo de um intruso
Então cresci confuso
Até perceber que primeiro sou homem
Depois sou negro, depois sou Luso
Sou a muamba, a mulemba
O fardo, e o kuduro
E eu tenho samba, eu tenho semba
Eu sou o passado, o presente e o futuro
Conhecimento mata a sede, então a gente bebe
E não perde aquela veia rebelde
Porque é o que a rua pede
Mesma língua, mesma fonte
Caique fez a ponte de sul a norte
Não interessa a cor da pele ou do passaporte
Unidos somos mais fortes, como o mar e o céu no horizonte
Então o meu obrigado à mana Kmila e ao mano Bill
E à toda minha família angolana no Brasil, yo
[Refrão: MV Bill & Kmila CDD]
Mesma língua, um só coração
Movimento, resistência que brota do chão
Sentimento que não cala, não gostamos de senzala
Temos liberdade pra andar na contra mão
A gente tem a mesma língua, um só coração
Movimento, resistência que brota do chão
Sentimento que não cala, não gostamos de senzala
Temos liberdade pra andar na contra mão