[Verso 1]
Quanto custa uma vida boa para um inocente?
Não tem culpa de ter nascido sem um ingrediente
Importante para viver com dois olhos positivos
Sociedade afasta e cria os fugitivos
Vivendo à margem duma vida normal
O chamado marginal numa vida ilegal
O fundamental é saber de onde é que vem a causa
Porque ninguém anda nesta merda pa mandar pausa
Meios pró objectivo é uma definição
Porque o que vive bem não dá valor à refeição
Pensa bem então em todos os elementos
Porque nem todos são cabrões sem sentimentos
Pessoas são pessoas, há más e há boas
Ajuda é apreciada mas com desprezo magoas
Uns nascem deitados em berços dourados
Outros nascem com o pai a ver o sol aos quadrados
Prejudicados com uma figura na ausência
E agora diz-me que aqui não existe a inocência
Todo o dia, toda a vida a tentar
Conseguir o longe sempre de vagar
[Refrão]
Pacientes sem paciência
Vítimas da negligência
Sofrimento causa o susto
Lamenta a violência
Lema é sobrevivência
Tentar viver a todo o custo
Pacientes sem paciência
Vítimas da negligência
Sofrimento causa o susto
Lamenta a violência
Lema é sobrevivência
Tentar viver a todo o custo
[Verso 2]
Todos queremos paz e sossego, carro e emprego
Vejo a minha vez, tá longe mas lá não chego
Procuro outra vida, que alguma gente encontra
Proposta recebida, com o futuro na montra
Tentação chega e bate com poder
O que é que se perde quando não há nada a perder?
Não me entrego ao mundo porque lá sou clandestino
A dor bate à porta com o filha da puta do destino
Porque é que vêm tão cedo?
Com tanta gente aí é a mim que apontas o dedo?
Não minto quando escrevo a mensagem que eu alastro
Samuel Mira MC sem cadastro
Não sou um astro, nem sou estrela
Vida sem problemas, quem me dera tê-la
Nem consigo vê-la pela visão
Escola da vida já nem consegue dar lição
Ocupação da vida como se ocupa
Não se faz nada e isso é que preocupa
De quem é a culpa? É de algum familiar?
Não sei quem é mas vou viver custe o que custar
[Refrão]
Pacientes sem paciência
Vítimas da negligência
Sofrimento causa o susto
Lamenta a violência
Lema é sobrevivência
Tentar viver a todo o custo
Pacientes sem paciência
Vítimas da negligência
Sofrimento causa o susto
Lamenta a violência
Lema é sobrevivência
Tentar viver a todo o custo
[Verso 3]
Quando o matrimónio é um ringue, o amor não se distingue
O ódio vê um velório e pede que alguém se vingue
Problemas resolvidos no gargalo da garrafa
Pessoas vão a sorteio para ver quem é que se safa
Um bote para o Zé, microondas pra Maria
Felicidade num dia, muita alegria
Mas esse dia foi muito particular
Porque essa família sempre viveu com azar
Graças a Deus ou graças aos meus?
Aqueles que apoiaram e não disseram adeus
"Vai bulir", "Vai estudar", fala uma voz activa
Mas eu não sei porque que nada aqui já me motiva
Qual é a alternativa? E é se ela existe
É triste, quando à degradação se assiste
Giro com amigos, os de fora chamam bando
É contraditório mas o crime vai compensando
Aos olhos da lei sou a escumalha
Aquele que legalmente não trabalha
Aquele que faz dinheiro quando calha
O tempo faz escutar as paciências
Vivendo um problema que deixa muitas reticências
[Refrão]
Pacientes sem paciência
Vítimas da negligência
Sofrimento causa o susto
Lamenta a violência
Lema é sobrevivência
Tentar viver a todo o custo
Pacientes sem paciência
Vítimas da negligência
Sofrimento causa o susto
Lamenta a violência
Lema é sobrevivência
Tentar viver a todo o custo
[Outro]