[Intro]
Em Chelas... em Chelas
Chelas é o sitio, Chelas é o berço
[Versos 1: Sam The Kid]
Chelas, o sítio onde eu moro
Procuro a verdade e a informação que eu devoro
Eu não ignoro, toda a espécie de pessoa
Oiço uma voz que ecoa na rotina que enjoa
É sempre a mesma coisa que se vive e que se passa
E o que mete graça é que não há nada que se faça
Queres droga vai à praça
É assim o sistema
Porque isto é real não confundas com cinema
Tempos tão mudados, nomes são alterados
Mas olhos continuam sempre atrás dos cortinados
E ficam na janela se for preciso uma noite inteira
Enquanto isso o filho rouba-lhe o dinheiro da carteira
Aqui não podes ser otário, tu tens que ser bem vivo
E tem cuidado com o monarca do distintivo
A cara podre é o escudo que faz a distância
Quando ele se quebra não existe a tolerância
Respondo e pergunto, não escondo o assunto
Disfarce à parte pondo o sincero mais junto
O jovem sonha de perder a realidade medonha
Trabalho traz preguiça, preguiça traz vergonha
De onde é que vem a censura que eu não vejo o sensor
Porque o que eu aprendi é que o talento não tem cor
Mostra-me a verdade que tu revelas
Porque a minha tu sabes que vem de Chelas
[Refrão]
O sítio onde eu moro
O sítio onde eu vivo
O sítio onde eu páro
E fico pensativo
Chelas! Chelas! Chelas!
O sítio onde eu moro
O sítio onde eu vivo
O sítio onde eu páro
E fico pensativo
Chelas! Chelas! Chelas!
[Versos 2: Sam The Kid]
Os dramas são vários com problemas diários
Se és falado por trás então caga nos comentários
Porque eu tenho um arsenal de desprezo
E tu não vês o teso indefeso porque sentiu o meu peso
Consciente do Oriente pra tuga directamente
Yoh acorda e sente a brisa porque a rua é exigente
A minha inspiração surge numa noite escura
Na minha rua nem a passadeira é segura
E queres sabé-la? é Manuel Teixeira Gomes
É onde eu vivo e onde conheci muitos nomes
Uns bazaram outros baicaram mas ficam...
Na memória daqueles que não complicam
A variedade predomina há de tudo um pouco
Do consciente ao louco
Do que “fighta” com gana ao que “fighta” com soco
Cuidado com o cusco
Atento porque manca qualquer movimento brusco
Chelas tá no sangue Chelas tá nos genes
Imagem tá igual, banda sonora, sirenes
Vejo pitas confusas com tusas constantes
Naquela que o sexo vai fazer delas mais importantes...
Mais elegantes...
Mas não esse é o resultado
Inexperiência faz ela cair em qualquer corpo, coitado
Eu penso que se ela fosse minha mana
Curtia que abrisse mais a pestana
[Refrão]
O sítio onde eu moro
O sítio onde eu vivo
O sítio onde eu páro
E fico pensativo
Chelas! Chelas! Chelas!
O sítio onde eu moro
O sítio onde eu vivo
O sítio onde eu páro
E fico pensativo
Chelas! Chelas! Chelas!
[Versos 3: Sam The Kid]
Sítio divido em zonas com letras do alfabeto
Zonas dividas em lotes com mau aspecto
Chibaria em todo lado, tem cuidado
Ambiente pesado para um mal habituado
Pitas querem ser senhoras, senhoras querem ser pitas
Tão bonitas cuidado é quem tu imitas
Os putos de hoje também querem crescer mais depressa
Mas quando crescem sabem que o tempo não regressa
Dá tempo ao tempo, um dia tu vais perceber
A vida é fodida mas tenta vivê-la com prazer
Mesmo que custe ao menos faz a tentativa
Tentar galar o mundo com outra perspetiva
Muitos feitios, uns quentes uns frios
Alguns não se mexem outros aceitam desafios
Sem atrofios apenas opiniões
Fazem comparações sem nenhumas instruções
Confusão nocturna num prédio silencioso
Agitação mental quando a zona 'tá em repouso
Reflexão da vida enquanto acendo um porro
É aqui que eu nasço é aqui que eu morro
[Refrão]
O sítio onde eu moro
O sítio onde eu vivo
O sítio onde eu páro
E fico pensativo
O sítio onde eu moro
O sítio onde eu vivo
O sítio onde eu páro
E fico pensativo
[Outro]
Chelas! Chelas! Chelas!...
Chelas é o sítio, Chelas é o berço