Por mais que eu vá e volte
Nunca tou de passagem
Não preciso de passaporte
Para fazer uma viagem
Não preciso que passe a sorte
A sorte é uma miragem
Ao contrário do meu stock
De rimas que dão choque
Trago alta voltagem
Sa foda a mensagem
Pego fogo ao bloco
Sem margem
Pra dúvidas
Nessas mentes tão pudicas
A minha escrita atua
De forma única
Como a república
Vim para deixar tudo teso
Apagar a luz do rap
Enquanto eu fico aceso
Apanhar a cruz do credo
Enquanto eu saio ileso
Dos espinhos da coroa
De cristo
À qual eu não rezo
E eu só peço
Um espaço
Pa fazer com classe
Tudo o que me vai na tola
Tudo aquilo que aqui traço
Não é amor à camisola
Mas sim amor à arte!
Não é amor ao dollar
Mas sabes que já faz parte!
Num mundo capitalista
É fodido não ter guita
Mesmo um ativista
Tem de fazer pela vida
Tem calma, pensa
Vê do meu ponto de vista
Uma cena é fazer pela vida
Outra é andar a ...
A dama diz
Pa ter calma
Co'a escrita
Mas eu escrevo com a alma
E ela fica agressiva
Não escrevo pela fama
Mas ela mas é bem-vinda
Se fama significa
Que ouvem cada dica
Ouço falar de movimentos
Ninguém se movimenta
Expressam pensamentos
E nunca ninguém experimenta
Nunca ninguém tenta
Trazer algo novo
Que inove
Pa deixar o povo
Orgulhoso...
A mente é uma sebenta
E aponto cada vivência
Que vivo neste trilho
Onde cair é uma experiência
E porque, evoluir
É uma tendência
Eu sigo nisto
Na máxima potência
Muitos a meio gás
E, a ficar pa trás
E o, que eles trazem
Tá fora do prazo
Ou, já foi usado
É, é copiado
É, é complicado
E não tens acompanhado
Eu, apenas trabalho
Sem nunca olhar pro lado
E se eu não paro
Nunca vou ser apanhado
Sou sempre 100% transparente na dica
A vida castiga e com o tempo
Fica envelhecida
Tentando calmamente
Fazê-la valer a pena
Consciente e atento
A cada problema
Não me deixo cair
E se cair arranjo esquema
Para voltar a subir
Mantendo-me na minha cena!
Vou subindo entretanto
Entre tantos becos
Entre tantos beats
No cubico
Entertenho-me a parti-los
Enquanto é escrito
O que sinto e vivo
Eu não minto quando digo
Que só contigo é que eu tou livre
És, doutro calibre
Mas dás-me equilíbrio
És o risco, cometido
E eu vivo em função disso
És, o lado sinistro
Que omito, mas deixo dito
Que se um dia eu viver disto
Não deixo de viver isto!