Genius Portugal
Entrevista: AZART
Entrevista a AZART pelo Genius PortugalLegenda -> Pergunta | Resposta1. Apresenta-te e representa a tua zona.AZART, nascido e criado em Lisboa2. Qual é a origem do nome AZART?O nome AZART surge inicialmente da mistura de uma dedicatória à minha avó e a arte. A minha avó costumava jogar comigo um jogo de cartas chamado “Às de espadas”, decidi então juntar isso a “art”, após essa junção decidi alterar o “s” de "às" para “z” e fazer assim de a-z.3. Para dar a conhecer um pouco mais sobre ti: o que te levou a escrever as primeiras rimas, com que idade foi o teu primeiro contacto com a cultura hip-hop, e o que ouvias em termos musicais?Desde muito novo que a música tem uma grande presença na minha vida, comecei por querer ouvir, passei para querer decorar, até que comecei a querer criar. As primeiras vezes que tentei escrever uma música foi com 11 anos, nessa altura o que mais ouvia era rock e umas ramificações desse mesmo género. É difícil precisar qual foi o meu primeiro contacto com rap, mas diria que foi o Re-Definições dos Da Weasel por volta dos meus 9/10 anos. O meu pai era fã do álbum, e várias vezes me levava a escola com o CD no rádio.4. Quando é que surgiu o teu primeiro/a projeto/faixa e qual a dificuldade para o realizares?A minha primeira faixa surge salvo erro, com 14 anos. É difícil arranjar palavras para descrever o caos que foi gravá-la. Para começar o som tinha invejável nome, “Checka Som 1,2,3” e foi gravado num software chamado Audacity. O equipamento topo de gama que usei foi o microfone do Singstar, e como não sabia criar várias pistas tive que gravar tudo num só take e pedir a um amigo meu que desse as backs… enfim, uma obra de arte.5. Quais as tuas referências do rap a nível local, nacional, ou até internacional?Como referências nacionais tenho os suspeitos do costume, Sam The Kid, Regula, Da Weasel, entre outros. A nível internacional, cresci muito com Eminem, Nas, Busta Rhymes, Biggie, Method Man, e por aí fora. As minhas referências foram variando bastante com o tempo.6. Descreve o teu rap, tanto em termos de estilo como de mensagemA base do meu estilo vai sempre de encontro com o que sinto na altura, gosto de experimentar, e acima de tudo gosto de não ter limites no que faço! É muito importante para mim passar o que sinto para a música sem ter a obrigação de manter uma linhagem, apesar de querer sempre ser a minha essência em tudo o que faço.7. Resume o teu rap numa palavraIntérmino.8. Conseguirias dizer as 4/8 barras que mais te orgulhas de ter escrito até hoje?Consigo, mas vão ter que esperar para ver.9. Se tivesses de decidir o rumo do RAP Nacional, qual seria?O rap tem vindo a crescer mundialmente, e em Portugal também se sente isso, no entanto o meu desejo é que o Rap nacional consiga atingir uma inserção cultural tão grande como a que se vê lá fora.10. Como surgiu a tua conexão com a Clutch Gang Records?Tudo surgiu graças a um dos feats com o Ziki Ks chamado “Rude Boy”. O videoclipe foi filmado pelo meu actual manager, que na altura mostrou interesse em voltar a trabalhar comigo.
Dois meses depois ele surgiu com a ideia de se criar uma label onde eu seria o primeiro artista. A partir daí a Clutch tornou-se uma família, onde trabalhar é fácil.11. Ainda em 2014, surges numa faixa de Benny Broker & Eliot, "Minha Visão" — como surgiu essa colaboração?O “Minha Visão” com o Benny Broker e com o Eliot, surge depois dum som que eu fiz com o Benny em 2015 chamado “Vira Passa e Puxa”, que foi o primeiro som que eu consegui ter gravado sem o microfone do Singstar, e o meu primeiro registo na internet.12. Quanto ao clipe do tema "I Know", vê-se que foi algo muito trabalhado. Tens alguma ligação com o audiovisual? Achas importante para transmitir melhor uma mensagem? Vês como um complemento ou uma prioridade?O “I Know” foi o meu primeiro videoclip a solo, e a minha primeira experiência a meter o dedo em audiovisual, a ideia base foi toda criada por mim e as arestas foram limadas pelo Vendini da “Culture Burger”. Apesar de eu pessoalmente dar mais importância à música, cada vez mais sinto que há histórias que posso contar com o vídeo, e ainda que não tenha como prioridade, terei quase sempre como preferência.
13. O que um 2022 pode esperar de AZART?Podem contar com muitos lançamentos, e muita versatilidade, pretendo dificultar a vida de quem me quiser rotular.14. Por fim: ambição para um palco, uns ouvidos e um feat.Por estranho que possa soar, um dos meus concertos de sonho é o Tiny Desk, sinto que o ambiente intimista, e o modelo acústico formam um concerto em que me revejo bastante. Quanto a feats em terreno nacional, um dos artistas que gostava de vir a trabalhar, é por exemplo, o Slow J. Internacionalmente, acho que talvez escolheria trabalhar numa vertente mais hype com o J.I.D por exemplo.
Tiny Desk Concert