Entrevista a JÜRA pelo Genius PortugalLegenda -> Pergunta | Resposta1. Para começarmos, fala-nos um pouco sobre ti, quem é Joana Silva?
➤ A Joana é a JÜRA, sou eu. Alguém que encontrou na melodia, nas palavras, a forma de se traduzir.
2. Qual é a origem do nome JÜRA?
➤ Jüra vem da minha alcunha "Juka", que é o que os meus amigos me chamam. Unindo as perninhas, o K transforma-se num R e não podia haver mais poesia que ter a verdade no nome.
3. Para dar a conhecer um pouco mais sobre ti, qual foi o teu primeiro contato com a música e o que te levou a escrever as primeiras canções?
➤ Antes de falar já cantarolava. Sempre gostei de me expressar através do som. E a música esteve presente em tudo o que fiz, desde a dança ao circo, o que fez com que fosse , em todos os casos, o meu veículo de emoções.
4. Quais são as tuas referências na música a nível local, nacional, ou até internacional que te têm "acompanhado" e inspirado?
➤ Quando era pequena ouvia Sara Tavares, Mafalda Veiga, Sade, Seal. Mais tarde apaixonei-me pela Erykah Badu. Hoje em dia a nível nacional ouço ICARO, T-Rex, L-Ali, e acompanho com muito amor o trabalho da Iolanda, e da Ellanor, entreoutros.
5. A primeira vez que me nos deparamos com o teu registo foi no single "És o Amor" - é o teu tema de estreia, certo? O que te levou a criá-lo? Houve alguma dificuldade para o materializar?
➤ Escrevi o "És o Amor" para a minha avó e foi sem dúvida a urgência de que ela o visse partilhado com o mundo que fez com que tudo acontecesse. Isso e a disponibilidade e amor do Free Soul Beats , que o produziu, e do Filipe Miranda que gravou, mixou e masterizou.
6. Descreve a tua música, tanto em termos de estilo como de mensagem
➤ A minha música é o que é viver em mim. É o que sinto em melodia e palavras. Percebi depois de a fazer que a minha música vive dentro do universo Pop mas não me sinto presa a estilo nenhum. Acredito na liberdade de expressão e que a vida me vai fazer sentir coisas diferentes e que isso me vai levar a explorar sempre coisas diferentes.
7. A maioria dos teus temas têm um toque dos produtores Miguel Ferrador (AKA DÖR) e FreeSoulBeats - como surgiram essas conexões?
➤ O FreeSoulBeats foi e é sem dúvida uma das maiores razões para eu estar onde estou. Foi dos beats dele que nasceram as minhas primeiras canções, onde conheci realmente a forma como me expresso. O Miguel Ferrador é também, agora, o meu diretor musical e juntou-se a nós no meu EP "Jüradamor" pra trazer a experiência que não tínhamos. Foi uma relação que fez muito sentido desde o dia 1 e encontrámos um no outro um lugar incrível pra criar.
8. Reparamos que em muitos dos teus textos e até nas próprias letras, existe meio que um estilo de escrita "colado", e de certa forma "corrido", onde as palavras se unem umas com as outras, algo que achamos interessante - consegues explicar esse conceito?
➤ Sim, escrevo como falo. Em tudo, não só nas letras e nos textos do Instagram. Falo assim com os meus amigos e familiares. Comecei a escrever junto lá pra 2016 e nunca mais parei. Ser dona das minhas palavras fascina-me e poder aproximar-me cada vez mais do que faz sentido pra mim também. E faz-me muito sentido comunicar assim.
9. Lançaste o teu EP de estreia em 2022 intitulado de "jüradamor" - podes falar-nos mais sobre o conceito, assim como o processo criativo deste projeto?
➤ Este EP nasceu em casa , com o Free Soul Beats , sem planificação nenhuma. São canções soltas que escrevi em fases destintas da minha relação, que resultaram neste EP quando percebi que já tinha tantas, e sobre a mesma coisa. O amor, e a dor do amor. Os beats são todos do Free Soul Beats e mais tarde foi co-produzido pelo DØR.
10. Nota-se alguma alteração de maturidade na tua identidade musical, ainda que seja dentro do tópico de ter muito amor para dar. Quem era a JÜRA antiga, quem é a JÜRA do presente, e quem queres que seja a JÜRA do futuro?
➤ Por acaso não sinto nada disso. Sinto que hoje tenho muito mais recursos pra traduzir o que sinto da melhor forma e que por isso entrego maior qualidade. Mas em termos de identidade a JÜRA é a mesma. E assim continuará. Fazer canções pra mim sempre foi sobre descarregar, sem planos, sem quereres. É assim desde sempre e é o que quero pra JÜRA do futuro.
11. O que um 2023 poderá esperar de JÜRA?
➤ Música nova, colaborações, concertos.
Mais vida pra partilhar. Dor pra dividir e amor pra multiplicar.
12. Por fim, a nossa pergunta da praxe: ambição para um palco, uns ouvidos e um feat.
➤ - Altice | Avó - queria tanto ter a certeza que tem ouvido tudo lá de cima... | Erykah Badu.