Facção Central
O Rei da Montanha
[Letra de "O Rei da Montanha" com Facção Central]

[Verso 1: Eduardo]
Nunca gravei CD, mas sou ídolo
Astro pique Hollywood, mesmo sem filme exibido
Êxito comparado a gênio de Wall Street
Transformei minha fome em Kawasaki Buick
Virei Davi porque pus o Golias no tonel e queimei vivo
Sou Moisés porque degolei o faraó do Egito
Sem Apollo XI pisei na lua
Pra paralisia mental, sou Albert Sabin, a cura
Mito, tipo Senna, sem Mac Laren, de Astra
Dando pinote na Força Tática
Cheguei no nível Marvel sem origem mutante
Com sequestrado de Ray-Ban, com fita isolante
A foto do meu refém esperando resgate
Faz virar trote de faculdade os presos no Iraque
Não atrai a roupa suja de graxa ou respingada de tinta
O capacete da obra, a luva do eletricista
Porque o prêmio é cama Marabraz, nome no SPC
Mesmo em vinte e quatro parcelas no carnê
Desde a creche é definido o joelho no milho
Colo pro nenê de Pampers, não pro de fralda de pano com mijo
Nem masoquista quer ser o pai que falsifica receita
Esperando dó do cu da Pajero, fingindo que usa muleta
O pacote Browning, doze molas, harém de piranha
Enterra o plebeu e dá luz ao Rei da Montanha
[Refrão: Jota Ariais e Eduardo]
Sou o hit da Billboard, o mito, a lenda
Honras de chefe de Estado, astro de cinema
Sou o herói, o espelho, o sonho da criança
A mão com a Micro-Uzi, o rei da montanha

[Verso 2: Eduardo]
Colou um ganso de Opala, placa fria:
"Aí brother, liga quem vende uma farinha?"
Cuzão, cê é DENARC, nem saquei do coldre
Foi de bloco, não gasto bala em carne podre
O boca a boca traz fama, mais que flyer, faixa
Em um minuto o ato heroico é louvado na quadra
Injeta ânimo no pivete de Conga maior que o pé
Doação da patroa da mãe, descolado com chulé
Vêem em mim a esperança de não acabar vendendo churrasco
Amendoim torrado no terminal Santo Amaro
Curo os quarenta de febre maculosa
Que vem do carrapato do pangaré que puxa a carroça
Não quis ser pivô do All Star Games™ do crime
Quis ser pelé em Guadalajara comandando o Dreamtime
Só que pra ter o cinturão e o mundo aos seus pés
É só com o inimigo nocauteado e o juiz contando dez
Valeu Hiram Maxim, Georg Luger, Samuel Colt
Traca, revólver, pistola. Grandes inventores
Sem vocês não tinha chance da piscina climatizada
Do duplex com closed e sala de ginástica
Minha mãe foi Joana d'Arc, polindo talher de prata
Mas não quis seu legado de rodo e bota plástica
Quem tem coração de Zumbi, não aceita cortar cana
O vira-lata laçou a carrocinha, virou Rei da Montanha
[Refrão: Jota Ariais e Eduardo]
Sou o hit da Billboard, o mito, a lenda
Honras de chefe de Estado, astro de cinema
Sou o herói, o espelho, o sonho da criança
A mão com a Micro-Uzi, o rei da montanha

[Verso 3: Eduardo]
A porta do inferno é larga, a do céu é estreita
Exige rádio comunicador, 12 punheteira
A voz de Satã vem via satélite pela antena
Lava seu cérebro, te torna escravo da influência
Põe na lancheira um bulldog em vez de pão com patê
Pra vencer inimigo como Dragon Ball Z
Não deixa o Monza Hatch trazer a felicidade
Só vem com a Hugo Boss mandando o personal style
Constituição é a promissória com o povo
Inadimplência fez Caeser Park virar Bósnia, Kosovo
Vi muito algemado indo pro exame de corpo delito
Sendo reconhecido atrás do vidro
Porque quis comprar insulina, porque era diabético
Ou Rivotril pra controlar ataque epilético
Vi em putrefação o vocal do coral
Que cansou de sonhar com emprego no prédio da Força Sindical
Virou cliente Itaú Personalité de Winchester
Roubou arma do G.O.E., pro empréstimo na Fininvest
Aqui se o olheiro não ver seu talento no gramado
Tem mais um anunciando rins nos classificados
Me preferem de calça bege, recluso
Mesmo dezesseis vezes mais caro que educar um aluno
Cuzão, não deixa minha Uzi ser o sonho das crianças
Não deixa um Ray Charles querer ser Rei da Montanha
[Refrão: Jota Ariais e Eduardo]
Sou o hit da Billboard, o mito, a lenda
Honras de chefe de Estado, astro de cinema
Sou o herói, o espelho, o sonho da criança
A mão com a Micro-Uzi, o rei da montanha