Facção Central
Cartilha do Ódio
[Letra de "Cartilha do Ódio" com Facção Central]
[Verso 1: Eduardo]
O cataclismo estelar originou os planetas
O cataclismo social originou o capeta
Que não quer só o caminhão da zona franca de Manaus
Quer pegada em persa no seu Taj Mahal
O boy me ensinou a ter cifrão nos olhos
Que vale a mentira da arma química pelo petróleo
Que o suéter é confortável pro executivo
Mesmo com o algodão colhido por mãos escravas de meninos
Que não é indigesto o suco de laranja natural
Com o sabor da exploração da criança sem digital
Que a AIDS não tem cura porque não é negócio
O coquetel é a alegria dos laboratórios
Não vai ligar quando a FMK2 explodir
As coberturas de 5 milhões do ltaim Bibi
Com o sistema de inteligência do Leonardo Senna
Com puta afogada na hidro acionada por telefonema
Imagina eu de charrete em Campos do Jordão
Aproveitando a estação comendo seu coração
Também apoio a sua segregação social
Só que eu de cavalo árabe e você no funeral
Sei que a conquista tá no topo da montanha de cadáver
Que não é só vampiro que vive de sangue no cálice
Aprendi como seu Palácio de Buckingham é construído
Que as lágrimas são o diesel da X5
Que pra puta ter biquíni de pérola de água doce
Meu olfato tem que se acostumar com o córrego podre
2012, torci pelo sonho olímpico
Pro Brasil mostrar pro mundo sua medalha de cinismo
Ia ser o atleta nos cem metros rasos
Deixando com a língua pra fora o turista enforcado
Se o sangue é a moeda corrente do seu capitalismo selvagem
Deixa o herdeiro moscar na lan house, jogando Counter-Strike
[Refrão: Dum-Dum e Eduardo]
Deita, porra! Quero dólar, brilhante, gargantilha
Tô seguindo os capítulos da sua cartilha
Pedra no pé, te jogo no mar, sem pista pra polícia
Seu sangue no cálice é a vitória, como prega sua Bíblia
[Verso 2: Dum-Dum]
Imitando o caçador que na parede expõe sua presa
O Brasil expõe sua caça em jaulas na cadeia
A espingarda não atira em pato e o labrador vai buscar
O cão policial traz o bebê de calça plástica
Quando gritam "Ele tá armado", não tem nem garrucha
Gambé faz teatro pra por luva cirúrgica
Sente o prazer de um viado sendo penetrado
À milhão na lombada com o corpo baleado
É a pena capital extra oficial, mas não é suficiente
Rico quer cadeira elétrica, olho pulando de inocente
Tem que cortar o ramo podre pra árvore sobreviver
Da sua cartilha aprendi todo o ABCD
Aqui o Estevão não reza por quem o apedreja
O sândalo aqui não perfuma a serra elétrica
Com sangue compra geladeira inox da Brastemp
Pra abrir o freezer e encontrar pedaço de parente
É a lei da reciprocidade maquiavélica
Os mil graus centígrados no seu corpo são os que queimam a favela
Quero ir pra faculdade seguir sua doutrina
Seguir os passos do teu filho, construir arma química
Imagina eu inaugurando meu condomínio de concentração
Com sua raça, colocando gás letal no pulmão
Te colocando pra ganhar indulto de Ano Novo
Matando os carcereiros e saindo no cavalo doido
Será que somos a única espécie em 10 milhões que raciocina?
Nunca vi anta com arma ou mutilando com mina
No mandamento do boy, cruz é fonte de renda
A fé é o bispo comendo criança na igreja
Jesus, quando voltar eu te empresto a minha quadrada
Você enquadra, e eu crucifico quem traiu sua palavra
Você morreu por quem mata o pai na paulada se dormir
Pra herdar a construtora, o helicóptero colibri
[Refrão: Dum-Dum e Eduardo]
Deita, porra! Quero dólar, brilhante, gargantilha
Tô seguindo os capítulos da sua cartilha
Pedra no pé, te jogo no mar, sem pista pra polícia
Seu sangue no cálice é a vitória, como prega sua Bíblia