[Eduardo fala]
O retrato da favela tem só uma imagem
Mas cada olho tem sua interpretação pra essa imagem
Meus olhos veem quando eu olho pra favela:
Almas triste, esperanças destruidas
Vejo apenas vitimas e dor
Aos olhos do gambé:
Tem traficantes com R15, lançador de granada
Em cada barraco um esconderijo
Em cada senhora de cabelo branco, uma dona Maria mãe de bandido
Os olhos dos politicos:
Empresas ignorantes
Marionete de manuseio simples
A faca e o queijo
O passaporte pra Genebra
O talão de cheque especial
Aos olhos do boy:
Esses dai não veem nada
Os aviões com drogas
O trafico de armas
A escola sem losa pro professor
Segurança
Os olhos do boy só são capasses de enxerga o medo, o medo em forma de HK na ponta do seu nariz
Os filhos da puta não veem que a Mancha Fúnebre Prossegue!