[Verso 1: Fill]
Coligações é tipo uma chance gigante pra explodir
Meu sonho com a realidade prestes a colidir
Nesse plano, apocalipse necessário pra um novo mundo surgir
Me colocar no jogo com os MC mais insano
Vários danos sofri nos últimos anos
Me senti numa poltrona com o avião desabando
Mas eu fui capaz de voar tipo um aeroplano
Com a mente nas nuvens e o coração no comando
DJ Caique nos beat, olha o Fill nesse feat
Levando do interior a voz até SP city
Aqui tem Guido e [Poka?], ANX, D'Lamotta, Cachola e Rafuagi
É o Rap Sul no combate
Porque a música é uma união que permite o resgate
E aproxima as pessoas, independente dos likes
Todos curtindo uma track, com os ouvido na caixa
O coração bate forte se o sentimento se encaixa
De onde eu vim é difícil, cresci sem patrocínio
Eu to fora do eixo, mas esses rap vira hino
E nas calçada do sul, um nome foi consagrado
Entre os perdido que meus verso louco tenha encontrado
Atrás das grade eu sofri, cantei pra aliviar
Lembrei daquela passagem "nunca deixe de sonhar"
Afro X e Dexter, 509-E, Facção, Racionais, Dina Di e Negra Li
Escutava na cela, vários plano de crime mirabolantes ouvi, tive que abstrair
Escutar a voz do silêncio pra poder prosseguir
Obrigado, Dona Carine, por não me abandonar
E não deixar eu cair nas drogas, nem sucumbir
No vale da sombra da morte, consegui resgatar
Algumas almas vazias, com versos em demasias
Remédios pra agonia, sem festas de fantasias
[Verso 2: LetoDie]
Subestimado, sem salário, e com nada a perder
Mas nóis é rap pra caralho a 1000km de SP
Sem cena num encena, eu sou problema, num é segredo
Pode me matar a bala, mas nunca de medo
Lá do Sul não é só clima, coração também é gelado
Onde a euforia flerta com a depressão lado a lado
Preparado pra um fim, que é só trágico e não cômico
Não testa minha febre que eu estouro teu termômetro
Dane-se o hype, som pra night não tá tendo
Hoje não tem love, essa porra é hate song mesmo
Aqui escrevo dor, enquanto enxergo ódio
Pare e pensa, é obvio, não confie nos seus olhos
Nem em quem só fala sobre flores que isso tange
Mano, rosas são vermelhas porque choraram sangue
Veneno no dardo, fardo pesado, final previsto
Vivendo em meio a bastardos que não pouparam nem Cristo
Irmão, isso é uma guerra na minha mente todo dia
Às vezes tudo vai bem, às vezes aqui tudo mia, é ironia
Tranco o quarto, escrevo pra caralho
Deixa de ser trabalho, passou a ser terapia
Poesia que alivia de toda essa pressão
Camufla a depressão, minha luz na escuridão
Escudo na batalha, tiro certeiro na linha
Eu sou um pitbull, se rap é arena eu to pronto pra rinha
Sou o pó que resta quando tudo acaba aqui na Terra
Então do que me vale morrer pela tua guerra
Eu corro pelos meus, eu mato pelos meus
Eu morro pelos meus, no fim só eu e Deus
[Verso 3: Coronel]
A ferro e fogo, quem tá fora do eixo também disputa
Virando as madrugada, fazendo várias labuta
Desculpa, mas se o Rap é um jogo, eu jogo firme
Nós três tamo propenso a calar os filha da puta
Eu fiz com que meu nome ecoasse pra muita gente
Numa city onde quem corre atrás é dado de indigente
Voei, e dei rasante, pairei, observando e vi
Que quanto mais me sufoco mais fico a frente
Eu levo meu trampo a sério, onde hype faz qualquer merda
Eu to tipo animal sem dono, caçando os perdido em selva
Os três, mesmo propósito: porra, vamo adiante
DJ Caique nos beat, em conjunto com a quimera
Só nois sabe da dor que sofremo nesse caminho
Passando noites em claro, correndo atrás sozinho
Ninguém sabe da dor, ninguém contou as lágrimas
Adiantei minha vida quando parei com a lastima
Pisei no freio, dei pausa pra não bater
Mas se fosse necessário, eu morria pra renascer
Eu vi meu sangue exposto, jorrado numa calçada
Eu brigando pelo meu trampo, botando alma na farda
Repúdio por todos eles que nunca fizeram um som
Mas segura essa bronca, porra, vem ver onde eu to e toma
Tenência na tua vida, meu filho, tamo subindo
Em matéria de calar filho da puta temo diploma