[Verso 1: Léo Stronda]
Eu tento fazer com que não me percebam aqui
A sombra no rosto que diz: "Não tente invadir"
Respiração ofegante, faço essa porra subir
Sinto o peso nas costas querendo me sucumbir
Insisto no ferro, no meu modo de agir
Cada dia que passa é mais um que quero sumir
Já se olhou no espelho e não conseguia se ver?
Pois é rotina de quem não teme morrer
Levanto e faço de novo com todo prazer
Já tive de tudo, eu sei, mesmo sem merecer
Dedico meu tempo somente pra mim
Sou um anjo gelado, caçador de querubim
Não estranhe se eu passar de cara amarrada
Não me dou bem com as pessoas e não faço fachada
Protagonizo um filme solo sobre o mal e o bem
Mas sempre de joelhos, orando também
[Refrão: Léo Stronda & LetoDie]
Blindão, blin blindão, blindão, blindão
Blindão, blindão, blindão, tem que ser blindão
Blindão, blin blindão, blindão, blindão
Blindão, blindão, blindão, tem que ser blindão
[Verso 2: Léo Stronda]
Mais um mês se acabando e o dinheiro indo junto
O aluguel apertando, mais um brinde com o mundo
Blindão, um gole, é o ferro, não corre
Não troco uma vadia nem por mil de ti
Tu conhece meu nome, e não minha verdade
Aparento um homem velho apesar da idade
Livros e halteres são minha companhia
Sexo e sais são minha alegria
Depois que corta, a porrada estanca
Eu não volto atrás, aprendi de criança
Não te dei intimidade muito menos a mão
Ow, faz o teu que o meu tá firmão
Ainda que eu ande pelo vale da sombra e da morte
Não temerei o mal, então vai, tenta a sorte
Debaixo desse snapback eu vejo o mundo
Da minha maneira, esculpindo o futuro
[Refrão: Léo Stronda & LetoDie]
Blindão, blindão, blindão, blindão
Blindão, blindão, blindão, tem que ser blindão
Blindão, blindão, blindão, blindão
Blindão, blindão, blindão, tem que ser blindão
[Verso 3: Léo Stronda]
Reprimo o pecado, mais uma vez
Olhe meu coração, vem ver o que que você fez
Não sou sombrio, sou apenas fechado
Nunca tive amigos, nem fui um bom namorado
Pilhado glaucoma, pressão a mil
Destino traçado, animal trocando refil
Na rua andando mulheres me olham esquisito
Eu não sei se é susto ou se tem algo de bonito
Se não fosse as piranhas eu nem tava aqui
Se não fosse a vontade deixar submergir
Meu sonho faz sentido na minha cabeça
Eu não entendo vocês, eu vim de outro planeta
Acordo atordoado, pensando na próxima dose
Vem junto com o shot, um pigarro, uma tosse
Não perco o controle, tenho tudo dentro de mim
Mas se eu estourar, meu parceiro, fodeu, será o fim
[Verso 4: LetoDie]
Ow, apenas o começo do tormento
Não entendem porque eu largo o osso sem medo
Nessa terra o chumbo é grosso, a opção é revidar
Tipo a hora do pesadelo, onde não dá pra acordar
A mente tá a mil, sinto-me vazio, tornei-me mais frio
Já que meu perfil nunca foi de ser sutil
Dentro do meu covil, o clima é hostil
Ir pra cima e meter o louco sempre foi do meu feitio
Mas não é pouco e sim sombrio, me fez proeminente
Entre anjos e demônios, guerra subconsciente
Um pandemônio na minha mente criou essa aberração
Talvez seja por isso que eu tô fora do padrão
Acreditar em fantasia não, sem pressupor
Quem foi moldado no rancor não quer ouvir falar de amor
Se a dor não me matou, me fez ficar mais forte
Me derrubar? Nem pensar. Quer tentar? Vai na sorte
Fazer social, não, ajo com desdém
Pra vadia dar moral, não agrado ninguém
Também não sei fingir, mando se foder na lata
Não vem entrosar comigo, eu não sou seu psiquiatra
Penso a longo prazo sem plateia ou troféu
Luto a surdina, essa é minha sina entre o inferno e o céu
E mesmo que tentem, eles não entendem o porque de eu ser assim
Aí, pra me entender tem que ser louco igual a mim
[Refrão: Léo Stronda & LetoDie]
Blindão, blindão, blindão, blindão
Blindão, blindão, blindão, tem que ser blindão
Blindão, blindão, blindão, blindão
Blindão, blindão, blindão, tem que ser blindão