[Introdução]
Tem até pessoas que dizem que eles são marginais. São jovens e que não estão com nada, e não sabem nem definir outras pessoas também, mas eu sei que... estão aqui nos estúdios... vários rapazes que... do meu ponto de vista, são rapazes sadios, né? Tem umas caras, assim, alguns, um tanto engraçados, né? Com os óculos extravagantes, cabelos arrepiados...
[Verso 1: BK]
Meus sonhos são pesadelos de vários
Preciso de um sanatório e eles de um sanitário
Eu ando sempre pelo certo até que me provem ao contrário
E a terra: Um purgatório?
Ou a terra: Santuário?
E nunca nos deram nada, só o crime na porta de casa
E esse é o caminho mais fácil, ou vamos no mais difícil
Os vícios, desafios e conforme for bota a cara
E por aí tem boi barato, só tu procurar que encontra
Sim, nós é a nova desordem
Espalhando caos, eu espero que não notem
Como encontrar o Nirvana, então pergunte ao Cobain
Pareço louco, mas tô bem
E a glock no porte, no caso dos planos falharem
Tiros na trilha da noite, hoje o bairro não dorme
Quando se apagam aos luzes
Quem mata ou quem morre? Eu sei!
Sem ter dom de prever o futuro
Vamo rever o nosso rumo
Apocalipse vem em segundos, e
Feio é morrer e não deixar ninguém com orgulho no mundo
Com a sensação de ter perdido tempo de vida
Nos movemos pela esperança ou pelo desespero? E aí?
Me diga!
[Verso 2: CHS]
Temos marginal sonhos, marginal somos
Até os cromossomos já sabe como somos
Afinal, na marginal do Rio onde vivemos
Viver à margem do sistema e seus dividendos
Assumir a culpa só do que fizemos
Então, vamos mostrar para o que viemos
Minha santa mãe espera a carteira assinada
Já minha esposa só quer que eu não caia em cilada
Os cana insiste, aguarda só uma vacilada
Mas minha raça já nasceu astuta e vacinada
Obras do PAC, OP da BOPE, haha
Afundo o crack ao som da Glock, haha
A escola é fraca e a boca é forte
Atravessar essa vida não é questão de sorte
Amém
[Ponte: CHS]
Empunhando AK, sonhar pra quê? Sair daqui
Só pra cantar o que eu vivi
Querer matar, sonhar pra ter, querer partir
Só pra mostrar que evolui
[Verso 3: Bril]
Tô pra falar o que o professor não ensinou
Vou dizer o que o profeta não preveu
Problemático, sarcástico
Mas nunca deixo nada abalar o meu humor
Com essa magia fraca o meu santo se cansou
Tatuar um pouco o sentimento do passado
Num passa por um harém por cometer vários pecados
6-6-6, cela cheia na cadeia
Eu ouço tiro lá fora
Meu parceiro, meu cumpadi, tão batendo na porta
E se for os cana sente o cheiro de estrume
A Civil, a Federal
Eu peço que recue
Portando os kits da moda, meu Deus e Nossa Senhora
Nós temos tudo agora
Se você brota na minha frente, eu passo com as quatro roda
Melhor você ir embora
Então vai, então vai, então vai
Ha
Vai embora, bebê!