[Intro]
Sinto saudades de...
[Verso 1: BK]
Meus heróis morreram assassinados
E, desde então, todo dia é dos finados
E graças a eles meus pés se mantém firmados
Nos mantemos afinados com os versos afiados
Desafiados todo dia sem nada ter feito
Não escolhi pagar o preço, rebeldia vem de berço
É, e eu não escolhi a morte nem a cadeia
Sou a mosca na sopa, não a mosca na teia
Na veia corre o sangue, na rua escorre o sangue
Sensação térmica quatro cinco, aqui todos são sangue quente
O pão que o diabo amassou já não parece tão ruim de mastigar
Sentimos fome e não sabemos com o que se alimentar
Com o que se preocupar, com o que não se preocupar
A vida pode me levar à desgraça
Desde que ela não seja chata
Enquanto tu me taxa e aumenta as taxa
Eu evito ficar eufórico, vou metafórico, catastrófico
Sempre pensando merda, mas meu raciocínio é lógico
Longe do padrão católico, paranoico
Para nós ficou que qualquer guerra santa o resultado é diabólico
Então odeie minha resposta como odeio sua pergunta
Se se sentiu na dúvida é melhor continuar
E eu tenho muito pra fazer, tão poucos pra me acompanhar
Eu...
[Refrão: Bril] x2
Sinto saudade de lugares que nunca fui
De olhares que nunca olhei
De portas que nunca abri
De alvos que não mirei
De corpos que não invadi
O que eu tenho ainda é pouco pra mim, hehe!
O que cê tem ainda é podre pra mim, hehe!
E se o céu é o limite
O que vem depois de lá ainda é um mistério pra mim
[Verso 2: Bril]
Se chorar não revolve os seus problemas
E se sorrir é gargalhada das hienas
Uma mistura de psicodélico com psicopata
Bril, o cachorro gordo que não dá a pata
Viu? Tanto talento desperdiçado desde a senzala (é triste)
Quanto crack foi bafado nessa lata? (é triste)
Quem tem nada, pelo tudo sempre mata... Rindo
Quanto álcool destilado dentro da garrafa? Abriu...
Tanto sangue derramado nessa estrada... Litros
Não confunda com charme, na taça de vinho
E tipo Tim Maia: Só não me dê motivos
A solidão eterniza nossos tragos
A solução para quebrar os fatos
Desilusão causa mais estragos
A minha visão é contra o mal olhado
De repente olhos de serpente não me cega
Trancafiado dentro de uma cela
Sua consciência te deleta
Presta continência ao sentinela
Ao sete pele, ao sete flecha, saravá
Errado se assumisse, meu bonde todo sumisse
Tem chance para vice, direto pro topo da esfinge
Poderia enxergar, ver a poeira baixar
Sem saber aonde ir, sem saber aonde irá
Lugares, sinto saudade
Uma lágrima caída em cada canto da cidade
Fúria, caos, calamidade
Tudo que te mata lentamente, aguarde
[Refrão: BK] x2
Sinto saudade de lugares que nunca fui
De olhares que nunca olhei
De portas que nunca abri
De alvos que não mirei
De corpos que não invadi
O que eu tenho ainda é pouco pra mim, hehe!
O que cê tem ainda é podre pra mim, hehe!
E se o céu é o limite
O que vem depois de lá ainda é um mistério pra mim