Zé Ramalho
Dominó
Pegue o cigano e bote perto da mentira
E a mentira bote perto do cigano
O alfaiate bote pertinho do pano
E o pano na pele do caipira
O topázio encrustado na safira
E na mira do fogo dos diamantes
O desejo bote perto dos amantes
E os instantes no vôo de quem não deu
Pegue o destino e bote perto da viagem
E a viagem bote perto do destino
O sacristão bote pertinho do sino
E no símbolo a ponte da miragem
O valente bote perto da coragem
E na margem o lado que não presta
O boêmio bote perto da seresta
E na fresta do olho que não vê