Zé Ramalho
Não Existe Molhado Igual Ao Pranto
Não se escuta na terra quem for santo
Não se encobre um só rosto com dois mantos
Nem se cura do mal quem só tem pranto
Nenhum canto é mais triste que o final
Não se ouve nos ares nenhum canto
Nem nos cantos da noite nenhum grito
Não se mata o que é feio com o espanto
Nem se chora ou agora o que é bonito
Não se pode entender sabendo pouco
Nem não se dá nota aguda estando rouco
Não se encontra o que é duro aonde é oco
Nem silêncio onde só existe o grito