Zé Ramalho
Pedras e Moças
Acho que a primeira pedra
Quem atirou não tem perdão
A segunda pedra
Quem a jogou não sei
Sei que não sou eu quem ferirá
Pela última vez
As milhares moças
Tantas madalenas
Tenras tão pequenas
Loucas de tanto amor
Como é que vão
Como é que vêm
Tanto querer sem um bem
Só segura nessa pausa
Quem tem um sol que é maior
De quem tenha dó sem ser menor demais
Sabe e saberá de si
Talvez quem penetrou
Nas milhares moças
Tantas madalenas
Tenras tão pequenas
Loucas de tanto amor
Como é que vão
Como é que vêm
Tanto querer sem um bem
De tanto amor
Como saber
Quando gozar
Sem conhecer seu sabor
Irá dizer
Irá dançar
Se os sonhos que vêm
Antes dos anjos
Dos homens e dos demônios
Luciferianas, pobres gabriéis
Como são cruéis os deuses meus
Ou então serão
De tanto amor
Como é que vão
Como é que vêm
Tanto querer sem um bem
De tanto amor
Como saber
Quando gozar
Sem conhecer seu sabor