Zé Ramalho
Pedra Templo Animal
A sereia do mar
A sereia do mar
A sereia do mar
A sereia do mar
A sereia do mar
Nefertiti, Afrodite
De forte beleza astral
Se mesclam com as visagens
Da pedra templo-animal
A sereia do mar
A sereia do mar
Por detrás do aparecido branco morro de cristal
Por dentro da cachoeira nas pedras da catingueira
Nos ramos do cipó-pau
Entre as águas cristalinas o lagarto que ilumina
E o canto do bacurau
Embaixo de Órion das estrelas pequeninas
Se deita pelas campinas a pedra templo-animal
A sereia do mar
A sereia do mar
Você pode acreditar que com a cabeça bebendo
E o corpo formando um monte
Com a barriga pontilhada como a linha do horizonte
Brilhante dura e calada
Marcando o fim da estrada como um mistério gigante
A sereia do mar
A sereia do mar
A sereia do mar
A sereia do mar
A sereia do mar
No silêncio do sertão, sol forte, fogo do dia
Cozinhando em nosso rosto o suor que escorria
Correndo molhando a pedra pingando na agonia
Como um rio de quem espera saber o que ela dizia