Zé Ramalho
Chão de Giz
[Verso 1]
Eu desço dessa solidão, espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos a me torturar
Fotografias recortadas em jornais de folhas, amiúde!
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes

[Verso 2]
Disparo balas de canhão, é inútil, pois existe um grão-vizir
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar, quem sabe uma camisa de força ou de vênus!
Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom

[Verso 3]
Agora pego um caminhão na lona, vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar
Meus vinte anos de boy, that's over, baby, Freud explica!
Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo é assunto popular

[Saída]
No mais, estou indo embora!
No mais, estou indo embora!
No mais, estou indo embora!
No mais...