[Verso 1: Bispo]
Eu vou falar um pouco p'ra quê?
Vou falar pa' quem?
Vou dar mais do que eu tenho e mais do que quem tem
P'ra quê?
P'ra ser um zé ninguém
Disseram-me que a vida é feita de sonhos
Mas eu 'tou com sono, não dá pa' sonhar
Perguntaram na escola, no tempo dos contos
Quais eram os sonhos que eu queria alcançar
Queria realizar muita coisa
Foi-se a força, vai-se às vezes
Queria uma família, uma cria nos braços
E não tantos nomes nessas paredes
União pros rapazes
Vi ases da bola suar camisolas no palco
Falo da rua e assaltos
Fizeram bazar qualquer base
Disseram-me "Pedro, tás quase"
É um facto, fui atrás do que é meu
Com guerra e paz fui atrás e fui eu
O culpado do que o karma traz ou do que ele trouxe
É frequente, a vida dá troco
E eu não me contento com pouco
Só lamento um momento ou outro
Tempo bem louco, sorriso no rosto
E aqui 'tou no posto a dizer o que eu quero
Com palavras a ser sincero
Qualquer desgosto já foi um martelo
Ainda há juízes a meter o nariz e são bués, não exagero
Às vezes eu penso em bazar, começar do zero
Mas mano, se há uma missão então, eu reconsidero
[Refrão: Morena]
Eu vou dia a dia
Nem sempre é como eu queria
Cá dentro somente a magia
Quem sente, sabe que arrepia
Sabe que nada dura para sempre
É tarde se a cura for a doença
É tarde se a postura não compensa
Marca a diferença
Eu vou dia a dia
Nem sempre é como eu queria
Cá dentro somente a magia
Quem sente, sabe que arrepia
Sabe que nada dura para sempre
É tarde se a cura for a doença
É tarde se a postura não compensa
Marca a diferença
[Verso 2: Bispo]
Passando uma beca à frente
'Tou na back sempre de quem me rodeia
Andando já bem diferente
Com uma mala sempre e barriga cheia
Aquilo que era diferente é que antigamente a vida era cheia
De momentos que pa' nossa gente faz sempre ser crente que é pa' vida inteira
Prometi a mim mesmo que o ia fazer
Só prazer, ninguém me obrigava
Amigos de infância eu vi-os crescer
Conheci quem ouvia sem lhes ver a cara
Palavras são pagas
E algumas são pagas com o corpo
'Tar vivo ou 'tar morto, activo ou no lodo
Mano, quanto custa o conforto?
Também não sei, pago pa' ver
Nunca quis ser capa, quis matar a sede
De quem por bem trata ou tratou mais cedo
A vida é brinquedo e tu só experimentas
Tu erras e depois lamentas
És inocente, no fundo tu tentas
É peso que aumentas
Cada falha dá-te algo, pelo que tu representas
Brinda à raiz, Mem Martins
Um aprendiz, palavras p'ra quê?
Querem saber do Bispo e daquilo que eu fiz
E eu na minha a riscar à vontê
Parece cliché?
Parece o caralho
Não tenho que provar o que eu valho
Eu arrisco, por isso é que eu falho
E 'tá visto que invisto, eu trabalho
E antes que seja tarde, que o mundo acabe, que eu enlouqueça
Fico mais um bocado, acordado e mato a cabeça
E antes que esta vontade vá p'ra outro lado ou desapareça
Eu corro mais um bocado como se o cansaço fosse uma doença
[Refrão: Morena]
Eu vou dia a dia
Nem sempre é como eu queria
Cá dentro somente a magia
Quem sente, sabe que arrepia
Sabe que nada dura para sempre
É tarde se a cura for a doença
É tarde se a postura não compensa
Marca a diferença
Eu vou dia a dia
Nem sempre é como eu queria
Cá dentro somente a magia
Quem sente, sabe que arrepia
Sabe que nada dura para sempre
É tarde se a cura for a doença
É tarde se a postura não compensa
Marca a diferença
[Outro: Morena]
Essa vida é resultado de trabalho e fé
Só sentir quem 'tá do lado se você quiser
Tudo vem p'ra quem sabe fazer agora