Kappa Jotta
Atiradores
[Letra de "Atiradores"]

[Verso 1: Kappa Jotta]
Não julgues um rapper pelo hype
É o mesmo que julgares um lutador por um fight
Um adepto por um very-light
Rapper top na tuga tanto bate até que cai
Não tás a ver daquilo que o Kappa está capaz
A fazer o caminho sozinho a trazer o inferno atrás
Trago contraste que nunca te habituaste a ouvir no rap
Na prática aula de matemática era esquemática de 2pac
Eu vim com fé de fazer disto vida (Yeah)
Mas já de há bué que tou para ver essa guita (Damn)
Agora contas altas estão-me a dar vertigens
Ensinaram-me que a vida te fode sempre, ninguém morre virgem (Man)
Mais os que fingem do que os que são verdadeiros
Estão tão abaixo, que nem me atingem os joelhos
São só baratas que andam à solta no recreio
Que da velha à nova escola há tanta cópia barata do barbeiro
Eu não preciso nada disso, sócio
Ninguém me pôs a viver eu fiz por mim próprio (Huh)
Vivo com algumas transgressões, é óbvio
Existem várias versões, o segredo é alma do negócio
Agora o Kappa só fala em cash (Yes)
Quero vê-lo e preciso de tê-lo fast
Pago a renda, pago a despensa e creche
E o pouco que ganha, investe a ver se multiplica o resto
Então parte a merda quebra, a regra é nula boy, anula boy
Prega-lhe uma vírgula quando vir que já só calcula, boy
Garrafas e bula o boing, já circula a joint
Na rua ao dado é jogado para te limpar umas coins
Nem toda a gente tem aquilo que ambiciona
Só para quem se faz à pista é que alguma coisa funciona
Verdade é como um morto, aqui vem sempre à tona
Pelo menos é o que dizem lá na zona..Linha C
[Refrão: M'Cirilo]
Línguas no gatilho
Francos e atiradores
A doença nos bastidores
Que infetou os espectadores
Já não há cura, passar gerações
Agora o antídoto está na mão desses patrões

Línguas no gatilho
Francos e atiradores
A doença nos bastidores
Que infetou os espectadores
Já não há cura, passar gerações
Agora o antídoto está na mão desses patrões

[Verso 2: Né]
Entrei pela porta do cavalo homem, saio como um senhor
Pela frente não morrerei, só irei desta para melhor
Não faço laços com palhaços, não me torno mediático
Não me ponham num lar de idosos, vosso médico pediátrico
É tudo matemático, já sabes promotor é x
Isto está adiantado para subornar o juiz
Do tribunal de contas, que dizem que fujo ao fisco
Por ter quase meio século e lançar mais um disco
Um pirata arrisca, quem não arrisca não petisca
Não serei pirateado pelos piratas da indústria
Usam todo a mestria com golpes de falcatrua
Põem o r.a.p de rua no olho da rua
Querem carne crua, carne fresca, seus canibais
Não quero o vosso respeito, já tenho o dos meus animais
Anormais, iguais aos tais que não eram iguais
Eu sou contra a desigualdade social, só com reais
Espreito os cartazes, sinto que espreito um decote
Só dá mamas, mas de generoso está fracote
MCs tipo reboques, do mercado são mascotes
À procura dos lingotes, agarram-se aos garrotes
Nós barrotes e cabeços sem cotação na banca
Esse falso no nosso meio é tipo na erva a mosca branca
Se tens qualidade, mano, junta, quero um kappa
Para nós habemus fumo já que não vemos a papa
Grande lata sem escrúpulos isto é cada um por si
Cada vez que vou cagar penso na merda que anda aí
Não cuspo para o ar nem vou para o ar numa novela
Em cada esquina surge um fake quando dou uma cuspidela
Esta arte está cadela com a trela, está com o cio
Como a puta Cinderela, que faz de um gajo otário
Neste ponte criada do Porto à Linha de Cascais
Aqui não passam quitados, só clássicos originais
[Refrão: M'Cirilo]
Línguas no gatilho
Francos e atiradores
A doença nos bastidores
Que infetou os espectadores
Já não há cura, passar gerações
Agora o antídoto está na mão desses patrões

Línguas no gatilho
Francos e atiradores
A doença nos bastidores
Que infetou os espectadores
Já não há cura, passar gerações
Agora o antídoto está na mão desses patrões