[Intro]
Bizarro
Macelogia
[Refrão - ADN]
No Ártico procuro o plástico
Que o Homem deixou
No pátio procuro a alma
Que o fogo apagou
[Verso 1 - Mace]
A vida faz-te tropeçar
Quando tu só queres correr
De tanto pensar na morte
Esqueceste-te de viver
De tanto pensar na sorte
Esqueces-te que perder
É o melhor transporte
Para tu aprenderes
Que a vida também tem sabor
Se for sofrida
E guardar rancor
Só faz abrir a ferida
Por isso vive
E não te prendas mais
A desilusões
Ou assuntos triviais
Viver no passado
Não é viver
Porque ao fazê-lo
O teu presente VAI desvanecer
VAI desaparecer
Tudo aquilo que és e acredita
Que assim a vida
É uma causa perdida
SAI desse navio
Que navega à deriva
Embarca noutro rumo
Tu vê doutra perspetiva
Tu larga esse fumo
Esquece a cocaína
E repara que é muito melhor
O cheiro da vida
[Refrão - ADN]
No Ártico procuro o plástico
Que o Homem deixou
No pátio procuro a alma
Que o fogo apagou
E quem me procurou
Nunca mais descansou...
[Verso 2 - M]
Local estranho
Onde me entranho sem pedir licença
Onde só perco e nada ganho
O dred pára e pensa
Agora não me acanho
Por isso dá licença
Nem todo tamanho encaro
Como grandeza
E se olho à minha volta
Fico com a certeza
Que nada é certo
E por perto, sinto a avareza
Se o álcool senta à mesa
O dred parte o copo
Bebo da botelha
E eu já nem me importo
Tudo é estranho mesmo assim eu noto
Que também sou estranho se olhar para a minha foto
Se olhar para a minha foto
Que queres que diga?
O amor é cego
E eu cego da minha vida
Não me perguntes
Onde 'tou, essa questão
Tenho vindo a fazer desde o início deste som
E na verdade, quantos são?
Os estranhos que não vês na multidão
[Verso 3 - Jota]
Queres um lugar estranho?
Nele me entranho
Tamanho é o desejo quando vejo que é castanho
Estanho, duro como tudo
Não sou mudo
E o mundo é fecundo deu um fruto
Que eu furto, quando de fundo fumo
Sintoma do melanoma maior
Susto do fogo que limpa e faz-te melhor
Pior
Face encardida da moeda
A moela transforma essa merda em meta completa
Correta
Resposta da pergunta
Já sabida
Vivida, perdida, esquecida
Vida não ouvida
Recorda, dar corda é muito foda
Foda é moda
Tudo, nada
Nada é tudo
Simplesmente acorda
A morte é um estado
Relativo de existência deste mundo
Noutro espaço...
Noutro espaço...
Noutro espaço...
[Refrão -ADN]
[Verso 4 - RJ]
Hoje o autocarro deixou-me
Em local incerto
Nem sei onde ando
Mas sei que não ando perto
Esse sítio é medonho
Deixou-me embaraçado
Do outro lado da estrada
Ouço chamar pelo Ricardo
Sigo em frente
Embora um pouco assustado
Uma criança amarra no meu braço
E diz como é bom teres chegado
Por onde tens andado?
Está tudo em confusão
A gente está cansada
Todos ralham pelo pão
Ele diz-me
És o único com coração
Que pode veincular o amor
No meio da multidão
Eu respondo
Desculpa mas não sei
Se serei a solução
Estou em terra desconhecida
E ninguém me vai dar razão
Ela amarra-se a mim e suplica
Para o ajudar
Pede que tudo tenha um fim
E desata a gritar
Então abri o meu peito
Arranquei o coração
Pus na mão do menino e disse
Faz o melhor pela população
[Verso 5 - Zulinho]
Afinal
Onde queres estar?
Na realidade ou no lugar
Para onde essas drogas te fazem viajar
Não dás pelo tempo passar
'Tás preso nesse lugar
A vida são dois dias
E tu não estás a aproveitar
Andas à deriva
Nem notaste que o perfume da vida
É bem mais cheiroso que aquele
Que te entra na narina
Meu puto, tu atina
O erro só te ensina
Tira proveito, arranja um jeito
Procura outra saída
Porque o teu futuro é consequência do presente
Dá ao teu mano mais novo
Uma referência decente
Dá ao teu mano mais novo uma sentença diferente
Daquela que esse caminho te dá
Se fores em frente
No mundo há 7 maravilhas
E tu nesse lugar
7 dias por semana a ver o tempo passar
Não estás a aproveitar aquilo que te foi dado
Larga o passado
Põe de lado
E aproveita um bom bocado
[Refrão - ADN]