Engenheiros do Hawaii
Anoiteceu em Porto Alegre
[Letra de "Anoiteceu em Porto Alegre"]

[Verso 1]
Na escuridão, a luz vermelha do walkman
Sobre edifícios, a luz vermelha avisa aviões
Nas esquinas que passaram, nas esquinas que virão
Verde, amarelo, vermelho, espelho retrovisor

[Refrão]
Anoiteceu em Porto Alegre
Anoiteceu em Porto Alegre

[Verso 2]
Na escuridão, só você ouve a canção
Eu vejo a luz vermelha do teu walkman
Sobre edifícios, no trigésimo andar
Uma flor vermelha nasceu
Nas esquinas que passaram, nas esquinas que virão
Há sempre alguém correndo, fugindo da Hora do Brasil

[Refrão]
Anoiteceu em Porto Alegre
Em Brasília, 19 horas, esta é a Voz do Brasil
Anoiteceu em Porto Alegre

[Verso 3]
Na zona sul existe um rio
Nesse rio mergulha o sol
E arde fins de tarde de luz vermelha
De dor vermelha, vermelho anil
Atrás do muro existe um rio
Que, na verdade, nunca existiu
Mas arde fins-de-tarde de luz vermelha
De dor vermelha, vermelho anil
[Refrão]
Aconteceu à meia-noite
Anoiteceu em Porto Alegre
Aconteceu a noite inteira
Aconteceu em Porto Alegre
Eu disse que acreditassem. Eu pedi que acreditassem. Eu nunca deixei de acreditar que o Grêmio ia ser campeão da América hoje, esta noite, em Porto Alegre

[Verso 4]
Quinze pras duas, ruas escuras
Quem tem o mapa, qual é a direção?
Duas e meia, castelos de areia
Cabelos castanhos, estranhos sinais
Já passa das três pela última vez
De hoje em diante, só uísque escocês
Cinco da manhã, nada diferente
Chegamos finalmente ao dia de amanhã

[Ponte]
Eu trago comigo os estragos da noite
Eu trago comigo os estragos da noite
Eu trago comigo os estragos da noite
E escondo meu rosto entre escombros da noite

[Verso 5]
Um ditador deposto, marcas no rosto
Um gosto amargo na boca
Uma certeza, só uma certeza
Da próxima vez, só uísque escocês
Duas fichas telefônicas
Um telefone que não para de tocar
Ninguém atende, eu não entendo, tão fazendo onda, tão fazendo charme
E um alarme de carro que não para de tocar (Uo, uo, uo, uo, uo, uo, uo)
[Ponte]
Eu trago comigo os estragos da noite
Eu trago comigo os estragos da noite
Eu trago comigo os estragos da noite
Não nego, nego, não

[Verso 6]
Um canção no rádio, uma versão mal traduzida
Um pastor exorciza no rádio de um táxi
Aqui estaremos em nome de Jesus
Uma certa impressão, uma certeza imprecisa
Para pedir ao anjo de Deus
Quem não precisa de uma versão, uma tradução?
Para colocar as mãos nas profundezas do teu corpo. Para arrancar a macumba. Para a glória, em nome de Jesus Cristo
Um ditador deposto, marcas no rosto
Um gosto amargo na boca
E a certeza de que o último dia de dezembro
É sempre igual ao primeiro de janeiro
O Grêmio vai ser campeão do mundo. O Rio Grande do Sul e o Brasil vão viver uma madrugada que não terminará antes do Sol nascer

[Ponte]
Eu trago comigo os estragos da noite
Eu trago comigo os estragos da noite
Eu trago comigo os estragos da noite
Meu reino por um rosto, pelo resto da noite
[Pré-Refrão]
Noites que passaram, noites que virão
Noites que passamos lado a lado em solidão
Noites de inverno, noites de verão
Noites que viramos, esperando o Sol nascer
Esperando amanhecer
Esperando o Sol nascer

[Refrão]
Amanheceu em Porto Alegre
Amanheceu em Porto Alegre
Amanheceu em Porto Alegre
Amanheceu...

[Saída]
Seis horas, quinze minutos, zero segundo
Recomeça tudo lá fora, here comes the sun
The sun is the same in the relative way but you're older
Seis horas, quinze minutos, zero segundo
Recomeça tudo lá fora, nas esquinas, nas escolas
Um litro de leite, meio quilo de pão
Seis horas, quinze minutos, zero segundo
Recomeça tudo lá fora, Neguinho da Zero Hora
Vende manchetes, quinze pras sete da manhã
Nada diferente, chegamos finalmente
Ao dia de amanhã, em Porto Alegre