Ivan Lins
Sede dos Marujos
Se amavam
Com a sede dos marujos
Lavando os olhos sujos
De mar e de embarcações

Se devoravam com a fome dos presídios
Com a festa dos sentidos
Guardados em seus porões

O amor cheio de gula
Desvairado e febril
Como a gente nunca viu

O amor cheio de fúria
Tão selvagem que por
Condenava não ter fim...

Se adoravam
Mas tanto, tanto, tanto
Que eu já não me espanto
De um dia te amar assim