GROGNation
Dormitórios
[Scratch]
Abram os olhos e vejam como vê
Aqui, em Moz ou Brasil, Angola, Guiné, CV
Dormitórios

[Verso 1: Nastyfactor]
Eu sou da Segunda Vaga, a continuação da saga
A paga pela chaga que deste putos nos afaga
Rugou-nos uma praga difícil de ultrapassar
Com parceiros trapaceiros a quererem-nos traspassar
Prefiro a transparência a uma aparência singular
A simular ser algo sensato de se dissimular
Sintra nada exemplar mas dreads 'tão na casa
Para faze-la falar caso duvida restar
'Tar na terra do pecado e não saber nem metade
É como xonar acordar de olho aberto na verdade
É altura de parar, respirar e comparar
Porque o que procuras e o que te dão não tem o mesmo paladar
Mas se tu vives para agradar… ok, não penses tanto
Eu sei que 'tá-te a chamar aquele Air Force branco
Não te iludas, pessoas não são como tu julgas
Muitas tão em pulgas pa’ ver quando tu te afundas
Mantem-te á coca, acorda boy, topa
Será que conheces o madafocka a quem tu chamas tropa
São terceiros interesseiros com segundas intenções
Os verdadeiros falsos pros em manipulações
P'rós que são bocas de broche e dão deboche sobre nós
Dou-lhes um coche de trela na garganta e dou-lhes nós
É assim que acontece na LS, Algueirão
Onde ninguém esquece quando tá em stress ou pressão
[Verso 2: Harold]
Bem vindos, entraram numa nova terra
Pobreza espiritual, racismos e guerra
O people faz da capa fonte de apresentação
A tua mente é tão vazia como o bolso e a tua mão
Blocos racistas só vez na hora da eleição
Trabalham com jornalistas que trabalham teu cifrão
Teus brodas não são leais e tu chamas de irmão
Recordam instrumentais quando tiveres no caixão
Mas e então? A vida é tua, ok… não me meto nela
A vida não foi puta tu é que viraste cadela
E essa luz no fundo do túnel não te iludas é só vela
Mais cautela, tas banal como o resto da cidadela
Naquela, sujaste a tua vida de encanto
Tua fama 'tá tão suja como a sola desse airforce branco
Eu tenho sorte tanto, mas não sou tanto santo
Também quero ser nº1 mas suo entretanto
E vim entre tantos que só ouvem rap
Que nos confundem com esses wacks de snapbacks
Faço pelo real Hip-Hop do tempo das cassetes
Dos rappers phats que se eternizaram nos nossos decks
E dá-me pena vida insana, profana
Ver manos crescer no bairro e morrerem na cana
Teres que safar de qualquer lado ou ganhas má fama
E esse que fez de ti escravo faz férias com a nossa grana
[Verso 3 - Papillon]
O futuro é o X incógnito que ninguém adivinha
Por isso mantém sempre o olho aberto para o que se avizinha
Pois há fuinhas a dar cum' pau aqui nesta linha
E se o diabo quer te dar com o pau pela espinha acima
Sai da cozinha se não queres comer o pão que ele amassou
Rima minha, escolha tua, depois não reclama só
Não te dês pra' pro se tu não passas de um amador
Eles entram sem dó, de pés juntos, e tu só sais com a dor
E que a segunda vaga traga mais mensagens sem correio
Sem rodeios, balázios verbais, sem tiroteios
Não creio em ilusões, ficções ou devaneios
Me baseio em colher apenas aquilo que semeio
N***a é feio ser trapaceiro p'ra ficar em primeiro
As vezes a vida é um sorteio e disso ninguém está alheio
Mas dreds para atingir fins, já nem olham a meios
E jogam roleta russa com os carregadores cheios
Isto é alimento pró' pensamento, só p'ra mente famintas
Antes de engolires cá p'ra dentro vê se mascas e trincas
Não percebes não à maca, eu faço um desenho tu pintas
Pois people que só vê paca à frente está-se sempre nas tintas
Sotinco, Barbot, Robbialac, não se joga paintball no Iraque
Não adianta falar de amor odiando, deixa isso para o Olavo Bilac
Santos, pecadores, habitantes, moradores
Com tantas cores mas o preto é o mitra
Dentro do guetto ou fora, se não sabes decora
Cão preto nunca cora bem vindo à linha de Sintra
[Outro]
Bem-vindo á linha de Sintra, linha de Sintra …
Bem-vindo á linha de Sintra, linha de Sintra …
Bem-vindo á linha de Sintra, linha de Sintra …
Bem-vindo á linha de Sintra, linha de Sintra …