GROGNation
Pecado Capital
[Letra de "Pecado Capital"]

[Intro: Papillon & Nastyfactor]
Vocês são todos lambões
Só querem encher o papo
E depois vocês ainda querem
Vir lamber do meu prato
Enche a boca mas cuidado
Para não morreres engasgado
É que não precisas 'tar na lisa
Pa' a avareza ser pecado capital

[Verso 1: Nastyfactor]
Eu só peço SOS
Alguém acuda o ser humano
É que a fome de sucesso
Enlouquece toda a gente
E agora até parece
Que o inverso de insano
É que 'tá mal
É que padece
E merece ser diferente
Mas é que se a inveja matasse
Sinceramente
Não havia quem escapasse
2012 à nossa frente
Não 'tou no gozo
Em todo o caso
Feliz como um inocente
Como se de amor se tratasse
Mas de repente
Não dá para negar
Guita frita a mioleira
Sente uma mãe aflita
Que no fundo é interesseira em mente
Grita com a gula dita
Mas sorrateiramente
Burla como o parlamento
Fala com descaramento
E se sentires a orelha quente
Man, tu tenta 'tar atento
Ódio vê-se na cara
De quem fica a arder por dentro
Mas eu não temo
Porque o tempo
Traz o karma sempre
Que se encarga de entregar
A carga negativa ao remetente
E podes vir com bué ganância
E apetite, força
Até pode vir com a arrogância
Da Judite Sousa
Porque eu acredito
Que a energia bate
E volta para trás
E um dia irás
Perceber o dobro do que dás
Semeando bem
Poderás um dia vir a colher a paz
Semeando mal
Apenas colherás coisas más
Processo é esse (yau)
Simples e eficaz
Por isso age de cabeça erguida
Sem olhar para trás
[Verso 2: Papillon]
É muita gula
E já dizia o Chulla: "Eles comem tudo"
Têm mais olhos que barriga
E me'mo assim são barrigudos
E pelo andar da carruagem
Não creio que o people mude
De atitude, é que muitos já trocem o pepino
Desde putos
Apanhas avareza bem viva nos olhos de um corrupto
Quando sabe que o fruto é podre
E me'mo assim vende o produto
Quando há famílias de luto
Na guerra santa pelo crew
Disse ela nunca existisse
Nunca existiria o Robin Hood
Com ela nunca divides
Porque ela nunca une
Com ela não há jogadores de equipa
Só jogadores de Uno
Com ela um juiz fica rico
E um criminoso impune
Com ela a Fernanda Miranda casou com o Jorge Nuno

[Verso 3: Neck]
Não é de agora, brother
Foca à volta há uma escolta de aflitos
Prontos para conflito
Porque estão, de fora
Muito chora
Muito adora de falar de que outrora
Era rap, era phat, mas
Não é de agora
People bate o pé
Cruz credo
Santa fé
Deus me dê braçadeiras
Para rimar contra a maré
[?] que nem Moisés
Que nos divide
Ou [?]
[?]
Com pedras e os UV
[?]
De ficar 'tão pasmo
Com tanto sarcasmo
Que um gajo tem
[Bridge: Papillon]
Que um gajo tem, tasse bem
Não acho bem que me invejem o desempenho
Não te faz bem cobiçares o que eu tenho
'Tás de fora e já queres rachar lenha
A fila é grande, my man
Tira a tua senha

[Pré-Refrão: Neck]
Espera, altera o comportamento
É um apontamento
Mas aponta mente
A mente aprende
É ponto assente
A ganância não rende
Só te vende
Só te tenta
Piorar o teu génio homogéneo
A muita gente

[Refrão: Papillon]
Vocês são todos lambões
Só querem encher o papo
E depois vocês ainda querem
Vir lamber do meu prato
[Verso 4: Harold]
A vida corre
A tua 'tá na corda bamba
Lágrima escorre
Caminho só tem cobras
Anda, os anos passam
'Tás na mesma
És lesma sem paradeiro
Fazer corridas contra o tempo
À espera de chegar primeiro
Mas para quem corre, parado
E só olha para o lado
Ambição de querer tudo no mundo
Sem ser esforçado
Destino 'tá marcado
Ninguém nasceu ganancioso nem preguiçoso
Ao ponto de não lutar
E só ser invejoso
É só mania
Sócio, e só sabia
Poça de quem
Quando sai da casca, pisa
E não olha ninguém
Tanta malícia por carícia
Do money ou do jornal
Fazer delícia sem notícia
Como figura principal
Do baile de Carnaval
Que não se repara laia
Cobaia de uma mentira
Até que essa mascara caia
E encara que a vida é dura
Mas eu sempre fiz em prol
Sentí-la real e pura
Moldá-la deixá-la mole
Amá-la ter o controle
Mas isso nasce no kit
Arrogância faz ignorantes
Pergunta à Judite
Essa ganância por importância
Pôs manos na lisa
Vingança cedo, matança
Pôs manos na prisa
Só depois de uns quantos anos
Ganhas a noção, frisa
E a vida passa ao teu lado
Sem saldo ou cartão Visa

[Verso 5: Prizko]
Deus deu-nos menção
De vir bem são
Com condição eximia
Dar me a dar menção
A não [?]
Ver a queda de um homem
Não incidia
À décadas que se comem
À duas com a expressão da fisionomia
Idêntica, não cedia à tentação
Vi tanta em anomalia autêntica
Que hoje só aumenta
E já lhes domina
Domar de forma limpa
Um dogma que os elimina
Um bico de obra para quem o demónio
Não abomina na matina
Se dobra, dobra a porta
Ele aproxima-se
E transforma-te numa cobra
Coberta de toxina
Com conduta suspeita
Que assusta e indromina
Contamina direito à maçã
Que fica com pó em cima
Ninguém a come com a mente sã
Tenho a certeza
Mas será que compensa
Esse sabor estranho de avareza
Que avança sem aval
E com destreza tal
Balança a fortaleza
E foge à herança espiritual
Estive fora com valores
Por mais que vos causasse dores
Mantive a calma
E custa ao rosto
Passar por momentos constrangedores
Consta que eu sou guru
Não chores à espera que me fures
Porque eu sou grande e seguro
Como o Gandhi em apuros

[Outro: Papillon & Nastyfactor]
Vocês são todos lambões
Só querem encher o papo
E depois vocês ainda querem
Vir lamber do meu prato
Enche a boca mas cuidado
Para não morreres engasgado
É que não precisas 'tar na lisa
Pa' a avareza ser pecado capital