Vitorino
Carta De Um Soldado Da Armada
[Vitorino ]
Sou soldado da armada, marinheiro, estou de sentinela
Esta noite vai ser longa silêncio tão fundo fechado à janela
Não sei do dia de amanhã, inquietação da madrugada
Vou defender-te com a vida sou soldado da armada
Já lá vem a nova aurora mimo leve muita incerteza
Oh tão frágil barricada fica entre mim e a força de um canhão
Não fora a esperança tão certeira de morar no coração
Da que é a porta bandeira, verde e rubra da revolução
[Sam the Kid]
Combatente potente, de faca afiada
Por ela dou tudo ou fico sem nada
Na vida ou na morte, é o sim ou o não
Minha alma fica enamorada de revolução
Minha amada deseja-me sorte
Eterna paisagem do meu coração
Deixo-te a medalha fechada na mão
Que eu vou pr'a batalha
Nela verás a história de um amor perdido
Lá na barricada, vai mais um bandido
No meio da rotunda
Numa cova funda
Peço o que é devido
Enganei o medo e temo não ser temido
É um segredo meu que a minha espingarda guarda
Aguardo a ordem do homem que me fez gostar da farda
Minha alma danada está surda desfeita
Susto e receio de um tiro distante
De um canhão desconhecido que me tire a vida num instante
E eu nunca mais te vejo o meu desejo constante
Ver o meu bolo calvário
No meu diário está saudade da amada
Solitário na caminhada sou soldado da armada
E se eu me ficar chora baixinho
Tira uma certa noitada
Vai junto ao caminho da pedra deitada
Vais lá ver um ribeirinho
E levaram-te as flores
A vida foi curta
Sei que ela escuta que eu não esqueço os meus amores
Pois eu morri na luta
Não fora a esperança tão certeira de morar no coração
Da que é a porta bandeira, verde e rubra da revolução