Dillaz
Crazy Guetto
[Verso]
Se tu curtes hip-hop e da tua saliva sai neve
Então sente ao de leve o que este puto escreve
Observo com atenção, inspiração por um segundo
Entre e limpe os pés, seja bem vindo ao meu mundo
Onde bem lá no fundo, nós guardamos a poção
Dentro de um caldeirão, protegido por um guardião
Onde a multidão fumaça, babilone passa
Mas essa coitada nem se apercebe da desgraça
Madorna a minha raça considera-me sortudo
É lá a minha casa podes querer que de lá não mudo
Tens que ser surdo, mudo, por vezes também cego
Já vi que não o és, merda como tu não pego
Segue o teu caminho, podre e sozinho
Santa magia, chibaria, nunca irás ter carinho
Aqui dragões dão voltas a quarteirões
Protegendo nossos tostões, porque cabras e anões
Também são ladrões
Velha bruxa na janela é sinal de aviso
Prepara o crucifixo 'pa te livrares do feitiço
No momento eu preciso muita chuva e vento
Vozes frias e sombrias se misturam com o relento
Gato preto anda no ghetto para caíres na ratoeira
Se o vires e tiveres medo bate três vezes na madeira
A morte aqui é sorrateira, tens que ser preparado
No rés de chão, esquerdo, um dia encontras com o diabo
Resguardado sentado, mocado, cuidado
Tem três demónios a guarda-lo para ficar controlado
Ouvindo o fado, copo ao lado, ele fica sorridente
Cabeça erguida, voz tremida, fode a vida a toda a gente
Sê paciente puxa o banco, sente o solavanco
Entra num bairro assombrado, o teu passado fica em branco
Velhotas já bem cotas, aqui são videntes
Rapaziada dá bongada até os pés ficarem dormentes
O canibal, perigo mortal, quase o actor principal
Ele anda à solta com uma foice e um punhal
Vai matando um a um, gangue após gangue
Tira os corpos da arca, come a carne bebe o sangue
Impressionante, tem cara de santo
Veste-se de forma elegante
Depois tortura-te sejas pobre ou importante
Perigo constante, terminante, chama alguém para te acudir
Chama a pessoa má ou boa mas não penses em fugir
Por isso grita com todas as forças que Deus te deu
Pensando e repensando naquele que aqui morreu
Nos mesmos braços e embaraços em que tu estás agora
Quem te mandou entrar no ghetto? Devias ter os pés lá fora
Agora chora e implora, agarra-te aos cabelos
São pandemónios com demónios tu não consegues vencê-los
Muito andamento, aqui o tempo passa devagar
Ponteiro não avança pois tem medo de avançar
Vamos continuar bem unidos, o bairro é perigoso
Vês aquele mano deitado esburacado no pescoço
Eu sei que não é giro, não é facada ou tiro
Aquela guela marcada foi sugada por um vampiro
Veio andando e mirando e encostando às sucatas
Se olhares bem para o chão não vês apenas 100 baratas
Uma a olhar, para te mirar, para segurança toma um escudo
Não em tudo, pouco barulho, pode aparecer o cabo erudo
Eu não te acudo
Desenmerda-te, agarra uma calçada
Não faças mira para o crânio sua cabeça é blindada
Aqui a fada não te acode
O perigo sacode, baza
A ultima vez que tentou intervir, amputaram-lhe uma asa
Boy esta casa já teve bocas sorridentes
Hoje em dia a feitiçaria tornou-os todos dependentes
A felicidade e a amizade já tiveram o seu tempo
Mantém-te distante do crazy ghetto não passes do risco pa dentro