Dillaz
Homem da Sirene
São três e meia no quartel
E é quando acordas exaltado mas habituado, já sentes na pele
Essa vida que te fascina, o orgulho de 'tar fardado
3 dias sem uma dormida por o alarme que foi soado
E a vida segue sem complicação
Sem tempo para largar o sono, desces o varão
Com pressa ajeitas o capacete, botas e blusão
Entras na viatura sem pensar se vais voltar se não

"Nem sempre volta aquilo que vai"

Perante o governo 'tás ao contrário
Mais vontade que dinheiro e mesmo assim és voluntário
Quantas vezes pensaste ter um bilhete só de ida
E sem ter salva de palmas, apenas pa salvar vidas
E quando cais, não sabes o fogo sobe serra acima
E sem ter medo serra acima tu vais
Não é boato ser anunciado no jornal, enquanto os outros riam
Ao ver um homem que morreu por dez, nunca o salvariam

"E nunca foi ficção
Para ver uma construção
Com este meio para o fazer
Chegar à minha rua e ver o povo sentado a ver (sentado a ver)
A serra a arder"
Vives sem ter uma garantia no teu dia
Só sabes que no teu ciclo amor, respeito e valentia
Nunca consta no currículo, porque o povo se ilude com pouco
Tentem chamar o Ronaldo para apagar o fogo
Baixo a minha cabeça, mão no peito pelo que pensou na vida e não pensou na fama
Por toda a bandeira que a meia haste, alertou a chama
Que as lembranças nem todas são más
'Tou a fazer figas por ti, soldado da paz
A todo o bombeiro do meu país

Há muitas almas perdidas, matas ardidas e muito para arder
Mas há mais pa pensar, há mais para amar e mais pa viver
Por todo aquele que combateu com toda a raça sem baixar a mão
Pelo que luta com gana, se levanta da cama para proteger a nação (2x)

São quatro e meia fora do quartel
Chamas invadiram casas e florestas verdes viraram papel
Tudo o que ronda aquela zona, trás a tristeza no rosto
E a natureza não faz isto... claro que é fogo posto
Não vês que quem esclarece é quem apaga o incêndio
O incendiário não carrega os porquês, "Então porquê?"
Porque é gente que já não presta, floresta que vira brasa
Pa ricos terem escritórios, os bichos ficam sem casa
Talvez um dia possa agradecer pelas vidas que salvaste
Nos que acreditaste e que tão a viver
Quantas vezes tiveste que partir enquanto que outros comem?
Quantas vezes chamaram por ti? Por ti Super-Homem
Eu só queria ser a energia e o teu alimento
Ser a tua valentia para te ajudar nos momentos
Tentar dar o contributo nem que seja em pensamentos
Lado a lado na guerra em campos cinzentos... Eu bem tento
Em campos cinzentos, sofrem os outros, que não lá ficaram... Hmm....
Com a ajuda do vento, vão ardendo memórias que não se apagaram
E mais que uma chama, o inferno de pé
Que em segundos arde, e sem deixar fé
Mas com toda a bondade, firmeza e vontade
Vai quem já nada teme, o homem da sirene

Há muitas almas perdidas, matas ardidas e muito para arder
Mas há mais pa pensar, há mais para amar e mais pa viver
Porque todo aquele que combateu com toda a raça sem baixar a mão
Pelo que luta com gana, se levanta cama para proteget a nação (2x)