Um Barril de Rap
Lisbela e o Prisioneiro
[Verso 1: Sampa]
Eu já não existo sem ter você
Preciso o que sinto dizer
Veja tudo que faço a cada passo
A casa o casaco, o rosto o abraço
É só por você, por mim, pra gente viver
Num lugar melhor, no fim nós dois a sós
No amanhecer agradecer ao sol
Sei... O trabalho me abala, a responsa me cansa
Eu penso em vingança, a porta a mala
O transito o carro, o trago trafico
O templo a cidade, com a idade o tempo
Respira a verdade vaidade é mentira
Sangue é vida, grita minha alma
Calma filho calma que tu vai entender algum dia
O porque de viver, sofrer, amar, correr, andar, morrer
Qual preço a pagar por não saber voar aqui
Sofri mas não desisti
Vi meus heróis partindo sem despedida
Igual ao muleque na esquina, de bike a milhão
Com um 38 tem sangue na mão e nem era vilão
Mas foi o que viu, assim que cresceu
Sozinho no breu, o irmão sente frio
A fome, o ódio, a cada episódio, o nome, o lar
Sem ter porque sonhar não é opção se sua missão é sobreviver
Em meio essa guerra, um ponto na terra, diz quem não erra, diz quem não peca/
Eu peço a Krishna, Buda, Alá
Deus, Jah rastafará
Por nós irmão a voz é paz então não olhe mais pra trás
Amigo esse labirinto não tem saída
A carta, a bruxa, o mapa, o mago, o rei já foi pra guilhotina
[Verso 2: Froid]
A questão foi que eu me encantei demais com tudo
Mostrei fotos legais pra um cego
Uns sons legais prum surdo
Observando o absurdo abismado com o mundo
O mais leias são servos eu quero o gosto e o sugo
Eu fui atrás como um torpedo : Tchau, te amo, beijo
A noite todo gato vira pardo, eu viro um morcego
Toda vez que acordo cedo
Cedo um tempo pro sossego
O meu pensamento sociopata
Guarde a pata não aponte o dedo
Eu e minha secretária temos um caso secreto
O nome dela é Liberdade somos um casal discreto
Veio da ilha de Creta era filha de um grego
A índole malévola, a molécula que dói nos nervos