Esfinge Rap
Anestesia
[Verso 1: Caio]
O lobo de ontem já não mais caça
Outra pedra voou na vidraça, me faça
Um serviço de início economize na sua farsa
Que tudo que se quer não é fácil
Nem no muro de fé, meus traços tão bem
Quando um país só engana e o povo ainda acha graça
Que tanto de bobo, mai
Que tanto de agouro, vem
Por que que que ninguém faz nada? Talarico no morro chora e a mãe não vê, oh!
Carburo meu coyo
No game não móio
Malandro abre o zoio que o jogo é pesado, não tem pra loki, alta voltagem e perigo de choque
Gasosa que aumenta, violência sustenta
Vida que corre entre os beco já peita com a morte sob encomenda
País problema
Pendura na conta da Copa
Joga pão e circo
Passa futebol, novela, e fala que é a ultima moda
Na tora?
Vou me embriagar avenida afora
Vo dá uns 2, chamar la clan, endireitar azideia torta
Quanto mais o tempo passar
Mais minha revolta vai aumentar
E enquanto eles nada fizer
Nessa tecla eu bato até quebrar...
De carona no metrô lunar
Eu vi coisas
De longe, além de cima do monte, estranhas coisas
Evolução é questão de percepção
Nada além de uma breve alterada no foco da própria visão
Então quem
Tu vê quando se olha no vidro
Quem?
Tu pensa ser seu pior inimigo?
What?
Seu ego é um perigo
Porta de entrada rumo ao precipício
Acabe com os indícios
Pessoas só são seguras em seus papéis fictícios
Sem citar os vícios
Que deixam sua vida em resquícios
Mas também pouco importa
Quem se comporta
Só evita a derrota
Se quer expandir e subir antes saia da toca
Dedo médio aos mothafocka
Vida longa aos bom maloca
Aos verdadeiro faço um brinde, no skate um grind, sumo da rota
Polindo versos no silêncio até umas hora...
ESFINGE é o codinome, informação tem de sobra

[Verso 2: Gustavo BP]
O que se passa dentro da minha mente
Peça uma dose, me entende?
Espanto em meus sons você sente
Bato com a cara de frente
Aos muros mais fortes
Me cego em holofotes
Que brilham em vidas vazias, talvez mais valia uma boca fechada em mentes vadias
Não sento em camarote, dropo o peyote
Fico quieto no escuro, brindo e acendo um coyote
Não paro em esquinas quebradas da vida a espera de um novo calote
Por lixos de gente que sem palavras esperam que me derrote
É fácil falar eu sei, eu sei
O foda é pensar, e é foda escrever tudo que sai da mente, mas nunca vão me calar
Mexeu com o cara errado
Achou que eu tava de lado, nao durmo de olho fechado, coitado, pensou enganado já vim com meu plano traçado
Não breco meu pulso por "papim" fiado
Rap é pros original não importa se branco preto ou pardo
Prefiro viver dopado
Do que encarar a vida onde quem pensa diferente...
Meu caro pensa errado
É isso aí sim
Faces negam mas eu sei que sim
Dizem que é só pro nosso bem
Mas só eu sei o que faz bem pra mim
E não é isso, não assumo o compromisso
De respeito ou troca de bala no peito
Eu conheço isso aqui e vou fazer do meu jeito
Num vou parar enquanto no coração pulsar
A última gota de sangue que em minha letra eu puder soltar
Passo pra folha
O que foi da minha escolha falar
E ser a anestesia até o dia dessa porra mudar

[Verso 3: Allef AB]
Mais um rap de quebrada
Evitando fazer alguém de escada
2 pipoco e um pé no peito
Pra quem não aguenta pancada
Cansado de quem chora demais
De barriga cheia
Cansado de quem vem com sermão
De conduta feia
Não para no pique jão, não para no pique jão
Quem tem pressa pra ir ao topo bate com a cara no chão
Eu to atrás dos milhão sem me inscrever em reality
É realidade fi, mexeu com a banca é fatality
Pique o Haiti
Várias crise mais de pé
Vendo a humanidade fazendo eu quase perder a fé
Fecharam e eu meti o pé, assim vamo abrindo as porta
O papo é reto no projeto pra quem tem ideia torta
Quero contrato passando longe de treta
Eu já vi a arma escolhi a caneta
Já vi irmão se matar por buceta, oh...
É arma letal, vivemos em tempos dificeis
Lutavam pra ser invenciveis e hoje lutam pra não se tornar invisíveis
E se fez, montando toda a logística, que é o característico de quem foge da estatística
Num país que é futebolistico
Lucrativo pro ramo humoristico focando a balística
O surreal vira realistico
Não é nada místico, o cenário
Me instigou a dizer que isso é mais que virose viu seu doutor?
É punch line, te manda pra lona e te deixa em coma
Eutanásia pra ramela que infecciona
Cirurgia sonora e foda-se pro seu diploma
Seguimos a base de soro
Pra ter benefício nesse hospício é necessário entrarmos num acordo
Ao menos que envolva suborno, ou que seja beneficiado
É o primeiro na fila, só se ce for filho ou filha de algum deputado
Esse é o estado crítico
Comandados por políticos, que atuam em cima do pulpito
Máquinas do desespero
Máquinas do governo que estuda, trabalha e dorme pra pagar seu próprio enterro
Onde cabral é rei, índios e negros são vítimas
Constroem, destroem e modificam paradigmas
E vi que as linhas do rap só vão se calar quando tudo pifar e acabar a energia solar...