Victor Xamã
Cara de Sorte
[Verso 1: Dalsin]
Ei primo, hoje tá mó bronca, mó barra e eu matando cão a grito
E o pote de confiança que cismou em se esconder atrás de um olhar bonito
E esse chá de camomila já não acalma, e eu conheço a escuridão como minha alma, chefe
Da janela do pico eu só vejo o constrate, essa city é mó fauna
E essa areia tá tão branca, chapa, aquele lip vai quebrar tão claro
O Flá apareceu com o Ninho faz uns 15 minutos, com um do gold raro
O feriado tá tão chato, e eu me sinto tão fraco, man
Sem companhia pro meu papo, eu levo a vida e arrecado umas notas de cem
Tudo tá tão cinza mas o sol vai brilhar forte
E só por hoje eu me sinto um cara de sorte
Degusto um velho rum e escuto o som do Della
E sem sentido algum, eu cismo em escrever pra ela
E quando eu digo Della eu digo o Predella, saca?
Que Damassa é o crime
Podia ser De la soul mas não dou moral pra gringo, e Damassa é meu time
Eu corto as noites bom, vim garantir o pão
E outra madrugada em claro vai me garantir o som
Eles apontam o dedo sem saber, por onde eu andava
E eles sorriam mesmo sem saber, por que eu chorava
Eu sinto a calma de uma noite a lá cocaine
Cano na cinta e eu ainda tô no game
A retina filtra as cores, andamos no fio da navalha
Eu trouxe fatos, não rumores, e os logos escondem as falhas
Tá tão tenso o clima aqui, alguém deixou no copo a sobra
Minha mente tá tipo as ruas da Madá, em dias de copa
Um milhão de bagulhos passando,essas fitas me pilha, chefe
Umas contas vencendo, umas multas chegando, e uns bangs de família
Faz um ano que não vejo o gordo, e eu pedi não mosca
Rodou numa fita tão tosca e às vezes a garganta enrosca
Eu tô bolando um plano pra esse ano ficar rico
Eu vou ligar uns caras, e se pá mais tarde eu fico
Vendo a city do alto, emplacando uma sequência
Eu aprendi que o bom da vida é viver em turbulência
Não quero nada instável, quero algo incrível, menos dramático
Fazer um corre plausível, em outro nível e ter o flow mais fantástico
Sinto que posso pôr o mundo na minha palma
Mas minha mulher diz que eu devo ter o dobro de calma
E se a cabeça ferve, na pressão dessa sauna
Eu tenho o dobro de motivo pra ter o mínimo de alma
[Verso 2: SPVic]
(Porra Dalsinho pra que que tu tá dando ouvido, mano? Essas hora, truta)
Vontade não falta pra quem vem de longe com ambição e um objetivo
Gata, obrigado por estar me esperando
É só esse o motivo que eu ainda preciso e só
Tô contigo e só
Largo rolê, amigo e fico na menor
Pra te ver melhor, se eu ja sei de cor que é no tato
Responsabilidade é muito chato
E é fato
Embarco a cada cinco dias
Rotina e trabalho tomando minhas vias
Sem filho, mas pai de todas minhas crias
Me vi expandir pela necessidade
Supri a vontade de salvar parte de cada cidade que ainda não sabe
Onde nasce a lucidez que mantém na vantagem
(Aí chega nessas hora irmão e fica nessas idéinha, não dá né truta?)
Converso e consigo, imerso no ofício, verso por motivos mínimos demais pra ti
Confie em números iguais vai que, sei lá, você me liga e inventa motivo ou alguma treta
Eu nasci mas não vou morrer por causa de...