[Refrão]
Se o pulso sangrar
Se o tempo fugir
Se a dor me rasgar
Se o corpo cair
Com os pés no chão
[Verso 1: João Tamura]
Nas primaveras de ti: a tua pele é marfim e tocar-te
A tua mão é cetim a queimar-se, o fogo transforma-te em arte
Sentes-te amada quando chegas a casa?
As palavras que davas são facas, grita o dinheiro que nos falta!
Na cama tragédias romanas, regras régias que amas
Vénias à pele que é soberana, incendeias as rédeas e veias
Odeias aquilo que eu sou, a dócil leveza da queda
Volto ao vazio do teu corpo, regresso à beleza da guerra
[Refrão]
[Verso 2: Harold]
Como posso fingir se senti tudo? Sabes-me atingir e ferir tudo
Fizemos, quisemos o mundo
Senti-me sortudo e fugiste para O teu escudo
Agora penso, o tempo é imenso sem ti dispenso
Aquilo que me dizes não me convence
Era tão intenso o calor do teu corpo e o aroma daquele incenso
Incenso... e o cheiro ficou em mim
Gemidos não soam igual, virou tão banal, porquê que fiquei assim?
Já viste como tempo voa? E como ele voa sem nós?
Sonhamos com uma casa em Lisboa ao teu lado até sermos avós
Só temos passado, não há presente nem o após
Há um sentimento que nos une, mas há uma linha entre nós
Queres ficar e ver a seguir? O pulso sangrar e ver-me partir?
O chão rachar, o mundo cair? O tempo parar e eu a fugir nele?
Se o pulso sangrar, eu deixo, o tempo fugir, eu vejo
O mundo cair, se eu voltar atrás é só para ter o teu beijo
Se o mundo cair, eu vejo, o tempo fugir, eu deixo
Se tiver que mentir ao futuro, eu minto, só para matar o desejo em mim
[Refrão]