[Verso 1 - Harold]
Noites belas, nelas vejo-te sempre…
Vejo-te à frente mesmo sem tu estares presente
Corpo é carente entre corpos, música e charros
Entre o barulho das luzes, gritos e carros
Meço descompassadamente
Eu já não vejo o tempo – drogas mudam a minha mente
A cama tornou-se uma prisão
A solidão e a compaixão tiram-me o chão constantemente
E eu morro…
(Quem vem primeiro?
Deixa-me cair...)
[Verso 2 - João Tamura]
Quando o tempo se acabar
Leva as coisas com que construíste o mundo
Com que destruíste tudo
Voltamos para Osaka, o táxi que nos leva a casa
Enquanto o trânsito te vai cortando as falas...
Porque o barulho dos carros, o pulsar da terra
O gritar dos pássaros, o peito, as serras...
Aquilo que no peito encerras
É somente teu deveras, somos a casa de feras
O sol põe-se a cada enterro
Incendeias o feno
As manhãs são ouro negro
E os cavalos que nelas correm, morrem mas nunca os vemos
É o desconstruir da noite que me ensinas
Quando o teu corpo está por cima
És circo de animais sem nome
Tu que aprisionas o sol e que o estilhaças no meu corpo
(Quem vem primeiro?
Deixa-me cair...)