ZarastrutA
Neblina
[Letra de Neblina - part. Zarastruta ]

[Verso 1: Falt]
Não sei o que me aguarda mantenho a guarda fechada
Guiado pelo anjo da guarda
E das pessoas não aguardo nada
Na ponta faca já deixei minha marca não saí de maca
Foi os tapa na cara que a mente ficou calejada!
Raras peças desse quebra-cabeça que encontrei
Não foram as certas, mas foram as que precisei
Pra saber o que sei, pra trilhar o que trilhei
Se caí, levantei, se perdi, me achei, tomei porrada!
E ainda bato de menos, a vida não é mole
Quando te da um barco falta o remo
E pelo que temo, atraio mais do que pelo que almejo
Pensamentos são fortes é tudo questão de desejo!
E o segredo, poucos sabem, mas todos agem
Na realidade é transmitindo que se atrai a positividade!
E na verdade, os baques me ensinam demais
A vida inteira foi assim e vai ser até meu jaz
Não porque eu quis, mas pelo destino
Tá tudo escrito e se for diferente vai ser merecido
No presente tô vivendo e o que vier pra mim é lucro
Vagabundo de coração ferido no escuro
Com tudo desconfiado, paranoico e brisado
Deixando profetizado o que me foi designado
Quando fico calado, penso em algo inimaginável
O futuro só vem por méritos do passado!
[Verso 2: Madyone]
E eles querem, agora querem se envolver, na melhor
Na pior não pude contar com você, curió, saca só!
Devolvi na mesma moeda, agora é dó, deu ruim
Não vou tá lá pra te levantar na queda
Quebra esses teto de vidro, é treta!
Não quis plantar a semente, mas quer dividir a colheita
Que é nós por nós, tenho certeza, rima na pureza
Então não vem com blefe, meu jogo é carta na mesa
Cês quer manipulação, aqui é rap sem receita
Rolê de tarja black, meu clan é só faixa preta!
Outra dimensão na sessão fabricando uma nova visão
Para que nessa aconteça!
Pro sistema é muita treta, eu não vim pra ser a presa
Então sai que eu tô com pressa
Tô na função da construção do que interessa!
Tô na função da construção do que interessa!

[Verso 3: Maori e Bigu]
Uma neblina densa sobre meu semblante fundo
Cuidado com o que vê, não é o que cê pensa
Mudei minha visão de mundo
Sociedade que impõe algo que eu não vivo
Tô muito além disso tudo
Obrigado pai e mãe, hoje eu tô bem
Me fez o rap que eu estudo
[Verso 4: Fil]
Mais um vagabundo de coração ferido no escuro
E a paranoia que abafa a glória de um grito mudo
De uma voz de quem perdeu o direito
Por se entregar aos desejos e negros anseios
Devaneios que despertam seu intuito
Na madrugada, só mais um vagante em meio as streets
A atividade é dobrada ao ver estranhos lhe dando palpites
Sobre a sua caminhada
Analisarem à fundo
Cada passo errado a ponto de expor seus limites
E as suas fraquezas!
Se a minha ambição me engole é só fraqueza
A caça e preza, e toda incerteza
Vivendo o presente
Com o pé atrás com o que eu desejo
Então me diga você: (o que é que tu desejas?)
E os que estão de dentro
Aprendendo a associar o momento, (fortes!)
Blindados são os meus fiéis, (nobres!)
Que provaram do licor da vida
E se viram cegos por (holofotes!)
Pregos (trazem malotes!)
E eu não sossego até que o marlboro corte
Por pura sorte
Por um bater de asas
Vejo um sonho corrompido ao norte
E quantos vestiram as máscaras para obter suporte?
A minha gangue ainda é a mesma
[Verso 4: Bigu]
Trancado em outra dimensão, onde corpos não habitam
A essência predomina e clareia minha visão
Quantos são caminhando a contramão
Sobrecarregados de ilusão?
Só esperam a salvação
Onde ninguém é o que se passa ser
Não é só crer
Só enxergam o que querem ver
Eu falo grego ou sua mãe que não me entende?
Precocemente o mundo vai ficando mais doente
Vários demente!
O que é cultura pra você?
O hip hop já deixou de ser lazer
Quando assumi o compromisso
E o que é cultura pra você?
Sua filha mais nova rebolando a bunda
Ou uma estante com seus velhos discos?
Sem ficção, é um filme sem roteiro onde me vi o diretor
Luz, câmera e ação, vai!
Fecho os olhos pra entender o que não me mostraram
Só percebi quando senti com o coração
Cai

[Verso 4: Maori e Bigu]
Uma neblina densa sobre meu semblante fundo
Cuidado com o que vê, não é o que cê pensa
Mudei minha visão de mundo
Sociedade que impõe algo que eu não vivo
Tô muito além disso tudo
Obrigado pai e mãe, hoje eu tô bem
Me fez o rap que eu estudo

[Verso 5: Clei]
Fiz da mente um escudo pra tiros do obscuro
Saí de cima do muro
Deixei de mão os fantasmas do surto
Me virando em apuros vi a pureza escorrer pelo ralo
Versos, desabafos, olhares não revelam o passado
É o esboço encontrado em apenas um papel molhado!