Zudizilla
Cypher Poetas No Poço
[Verso 1: Fill]
(Ayo Ayo, sweet home, n***a!
Sweet home, n***a)
Chego tipo Asterix, já não é um remix
Não existem limites pros meus beats e mix
Projetos WinRAR, Zips, fodam-se os cliques
Metafísica hippies, alertam a matrix
Facções em elites, tipos Bloods e Crips
Fujo dessa imundice, não nasci pra ser vice
Quero ver minha mãe chique e esse som no repeat
Na esquina da city, cause enoje, vomite
Limpe a blusa e critique, pago pelas streets
O meu naipe é Gambit, Black Alien e Speed
Faço estranhos ser R.I.P., ser famoso no feat
Neurótico igual Nietzsche, sem rap é bronquite
Cof! Cof! Sinusite, sem cocaine, eu nem vi
Cheiro rimas, ó, visse? Vi chapado, não finge
Deuses, aliens, esfinges, espalho o bacon e cream cheese
Pronto pra caçar o bife, mente sick, strip-tease
Inteligência é caneta e papel, esse é meu kit
NWA, R.I.P. Eazy, Dynamite
Guarde então seu palpite, lance então seu convite
Rap sul, mal tô, é hora do brinde
Escrevendo ao contrário, estilo Da Vinci
City Home é suja, os verso não tinge
No escuro igual lince, focado eu tô busy
Com a alma no jogo, pra nós ficar easy
[Verso 2: Zudizilla]
Eu sou a zica da porra toda, sou Zilla na ronda
Móvel, desfilando ódio em dobro, marchando na sombra
Fui descifrando códigos que expandiram meu cérebro
Detecto fácil teu plágio, agora os fake que corra
Primeiro preto Hokage, me movo ágil igual Ali
Pode botar seus heróis no páreo, é porrada sem páreo
Pitbull nessa ataque contra essa turma de jardim
Nunca vão entender que meu rap é pintura de Dali
Surreal pura arte, real tal qual que não mais vi
Revivendo meu lado mais obscuro e selvagem
Caneta, papel e mic, escudo de Aquiles não vai aguentar
Meu soco, eu vim mais loco e sangue frio que Escobar
Anunaki, eu não sou daqui e nunca fui de vocês
Esse rappers falam de mais, ah, não menti pro tio
Multisilábica nenhuma vai proteger vocês
De enfrentar um na esquina pronto pra ter teu Supreme
Diz: Respeita as mina
Rap é magia negra, Youtube só pondo ilusionista a vista
Respeita as rima
O sul sempre teve vivo, cês só dispararam contra a geografia
Minha bandeira cravo nesse topo, que for igual cravo sobre doce
Vago na terra do doce sem massagem
Clássico igual Debussy, negrossímel em versos
Que dá mesma sensação do trip quando o doce bate
[Verso 3: Guido CNR]
Psicografando como Chico, algo sobrenatural
Não pergunte: "como compõe essa porra?", é espiritual
Anormal, alguém no sexto olho, essa visão não é pó
De inspiração já tive que puxar o cão, né não?
Não tenho produção que faz roteiro
Sem munição de festim, aqui o sangue é verdadeiro, é fato
Três décadas intacto, e quase quatro, com cicatrizes das quinze, mas intacto
Sente o peso do impacto, verdade dói mais que tapa na cara
Se for pra trazer mentira, então nem fala
Minha causa é comunitária, em prol de quem cresceu, tipo igual eu
Resgatar os que se perdeu, os que ainda não morreu
Pra muitos rap é cifrão, pra mim sempre foi missão
Minhas rimas faz mais estrago que o oitão
Ainda nem lavei as mão, me sinto atolado até o pescoço
Tive que pular na lama, pra te tirar desse poço
Ei bom moço, as cara é feia e amarrada mesmo
É fácil esbanjar sorriso, se não viveu o desprezo
E é peso, de dentro pra fora rap do interior
O sul faz rima, mas pé de breque vira vapor
Joguei a merda no ventilador, não fode
Não quer perder o trono, por isso nos esconde
Então formei o bonde dos poetas do poço
Dos MC bom moço, dos de quebrar o pescoço

[Verso 4: Pok Sombra]
Depois dessa não vai ter nenhum piu
Do fundo do poço mandamo os verso mais sujo que tu já viu
Responsa em dobro, corrida em dobro
Não sou parte do jogo, então não vem me tirar pra boba
Três horas de porto, pouco me fodendo com a seiva e com os verso torto
Conquistei o respeito que poucos teve, uns ficam de ladaia
Tira foto na praia, não vai mudar que a porra dos teus verso é paia
Não vem no gueto e quer gritar hip hop, num fode
Bota pra bebo e toma mamadeira de Tody
Aqui nois vira as as sete letra e conhaque
O que será? pode pá que hoje eu tô pronto pro ataque sem glock
Se tua quebrada é pior que a minha, eu duvido
Respeite e fecha esse cu pra falar comigo
Há mais de dez na cena ouvindo 12 mar seguido
Se for pra sentar pra verme, mano, nem quero tá vivo
Cês falam sempre a mesma bosta, viu
Mas que Sheik chamar de viado porque vem de Pelotas, tio
Agridoce tipo chitake, chiando mais que sotaque do Rio
Esse é mais falso que nota de mil
Meu santo anjo me faz blindado
Mexi com as mina um dia, mano, e quase fui esmagado
Essa porra não é recado, mentes que se contradizem
Então respeite, seu arrombado
[Verso 5: Pérola Negra]
Sem pedir licença, mulher negra gorda se apresenta
Trazendo de volta a lírica que se ausenta
Já ouvi dizer que mulher pra fazer rap não serve
Tipo de coisa que me aborrece
Mas só fez crescer em mim algo que me fortalece
Colocando em minhas preces
Que se for o meu destino que nada me cegue
Que nada me segue, alimentando a ambição
De conseguir respeito e admiração
Não ouse aumentar seu tom de voz
E pense duas vezes antes de botar a mão (tá maluco irmão?)
Momentos de solidão
Percebo sangue nos olhos
Enquanto viver realidade eu não choro
Sem necessariamente procriar o ódio
Mas confesso que minhas letras incitam revoltas
É bom saber que o mundo dá voltas
Seu castigo pode ser a qualquer hora
Quem não deve não tema, mas acusa o rabo preso de opressor
De opressão a gente entende
Ser mulher na vida o medo persegue a gente
Jogando merda no ventilador
Tentando me vingar no malfeitor
Subestimou que eu não chegava no topo
Nem conheceram meu legado, ha ha!
Juntos, poetas no poço

[Outro: Zudizilla]
Poetas mandando suas rimas do fundo do poço
Poetas mandando suas rimas do fundo do poço do Brasil
Poetas mandando sua rima, poetas no fundo do poço
Poetas mandando suas rimas do fundo do poço
Do poço