Praso
Tempo, Amor e Saúde
Eu confesso que sou um alarve
E como sempre com o mesmo garfo, eu nem o lavo
Eu sei que preferias uma rosa
Em vez daquele cravo mas
Investi no estúdio antes de receber
Vamos a 2 do mês e eu nem tenho chave
E a quem é que eu cravo?
Não vou deixar a minha mãe perceber que criou um parvo
E a razão de estarmos magros é a nossa dieta à base de sopa de espargos
Até os peúgos me ficam largos, os sonhos são vítimas de embarques
A luz já dá cortes e um gajo: como é que eu pago?
Mexer no quadro não é o meu forte
Haja alguém que me suporte, se eu prometi que ficava até à morte
Tu bem que dizes a razão que me afasta dos teus lábios
Ignorar a cara-metade nunca fez homens sábios
Admito que de vez em quando penso em atitudes mais drásticas
Complico porque é difícil metê-las em prática
Há coisas bem mais simples na vida
Um pedido de desculpas soa bem melhor que uma despedida
Eu até posso ser assim como tu dizes
Mas é este mau humor que me afasta de outras atrizes
E é este desequilíbrio que me entrega diretrizes
E eu como tu, só quero dias felizes…

Porque a cama é gigante sem ti nela
Eu fico acordado como um sentinela
Eu deixo tudo aberto pode ser que venhas pela janela
Dar luz e cor à minha aguarela. (3x)