Lhast
Menino de Ouro
[Letra de "Menino de Ouro"]

[Verso 1]
Quantas vezes eu ouvi, isto não e para ti
Aqui não e o teu place, tu nunca vais conseguir
Nunca vais ter o respeito, não és parte desta classe
Falta te aquela vontade de quem começa por baixo
Onde e que eu encaixo
Quando a cor da pele e mais forte que a vontade
Mas tu tens que fazer rap
Porque se não o fizeres só vais ser metade
Metade
A idade não permite a maturidade
Mas sou dinamite quando faço beats trancado no quarto
Ao meu lado provas, daquelas dolorosas
Que o people encharca em picas e litrosas (Transição)
Vejo o lord acordar as quatro, pa repor no supermercado (dicção)
Onde a minha mãe compra
Sei que é duro e não durmo a pensar
Que este mano é meu puto mas ta noutra onda
Falo de causas perdidas, famílias partidas, não são como a minha
Que ate funciona e ao fim de semana
Viajam de Almada para a linha
Ate parece que tenho a culpa, devia ser tudo ao contrario
Ter uns pais desgraçados e todos vivermos do mesmo salario
Não sejas otário
É um regresso onde nunca fui porque eu nunca disse isto
Enquanto este beat flui, certo é que não desisto
Nem quando a pergunta era, quem és tu?
Vives na sombra do naite e não rimas um cu
Não és street, nem bandido, nem o tipo de rapper
Que vem de um bairro pobre e sozinho eleva o nível
Como é que e possível
Aguentar com tanta merda sem queimar o fusível
Mas sou puto, e não mudo, nem que o mundo cai ate ao fundo
Deste poço, eu nervoso, a pensar como é que eu fujo
Vê me a ser roubado, prato do dia
Se não fosse o JP era um maço por dia
E eu não faço por menos, exponho tudo neste faixa
Porque Almada nesses tempos era a faixa de gaza
Vê me andar em brasa, porque o people fala
Dizem que a missão, fui eu aborta la
Poucos batem pala, mas eu trago na memoria não da p apaga la
Poucos batem pala, mas eu trago na memoria não da p apaga la

Agora chego aos 25
Vem a noite e bate forte como shots de absinto
E eu de peito cheio, bem no meio do recinto
A procura da saída no meio do labirinto
É o menino de ouro, sabem todos que eu não falho
Quando e p curtir eu sou mais do que avacalho
Quando é p safar, já ninguém quebra o meu galho
E eu dou por mim a roubar os manos no meu trabalho
E os cotas la em casa, temem pelo miúdo
Porque eu vou p jantar mas sabem que eu rapo tudo
Eles sabem que eu rapo tudo
Duro como rocha debaixo da minha pele
São muros que eu ergui pra não ter que levar com eles
Querem me internar e acabar com pesadelos
Mas eu fujo do radar p tentar esquecê los
Porque eu estou bem, ninguém duvida
Dos zero aos 100 em missão suicida
Sempre afirmei que só vivo uma vida
Fiquem aquém das expectativas, desculpa Mãe
Desculpa Mãe