[Verso 1: Mic Selva]
Não há como flores
Para te apaziguar as dores
Quando o problema são amores
E os sítios para onde fores
Fazem-te subir os calores
Vinganças são horrores, favores
Depois são favores
Ganham-se alguns dissabores
Sem te expores
Sem me expor
Esperas sentada num quarto à espera
Mas com cuidado
Mas esperar é sempre chato
Eu não quero ser o culpado
Muito menos o ingrato
Que se chateia com quem ama
Por ser um mau namorado
E se eu tivessе entrado por essa porta agora
Será quе eu tinha meia hora
Ou o resto da vida fora
Que o resto já só melhor com uma distância próxima
Logicamente caótica
Depende de quem se aproxima
Ótima
E tás bonita assim vestida
Ou sou eu cego por ti
[com essa cidade?], põe-te linda
Agora brinda, adocica o paladar para saberes
Para te dares é só quereres dar-me o gesto dos prazeres
E são mulheres, eu sei que sim
Perdi uma delas aos nove anos
E nem sequer me despedi
Sinceramente sofri, o João fala de ti
Marcou-te, marcaste todos
Puto a dívida é assim
[Verso 2: Mic Selva]
Então dá-me flores, dá choros
Para pôr na campa
Vocês estão aí de baixo
Eu é que me sinto na lama
Uns quantos dramas divididos
Por camas de hospital
Última já nem a vi
Só a vi no funeral
E bato mal
Quem me viu diz que é normal
Sentado no chão perdido
[?] dar moral
O meu estado emocional
Advém de quem [?]
É fodido perder o marido
E ter a cabeça para cima
E quem destina, Madalena
Meu peito percebo
Que o mar é uma gota
Comparada perante eu
E se assim aconteceu
Agradeço à tua irmã
Por poder ver o amanhã