Diomedes Chinaski
É o Crime
[Refrão]
É o crime!
Se a sociedade não dá...
É o crime
Os moleque sai pra buscar
É o crime
Vacilou vão te cobrar
É o crime, não é filme!

[Verso 1: Moral]
As vendas nas esquinas em busca do malote
157 é a sina de quem não espera a sorte
Quem bota a cara sente o peso a quebrada é forte
Vários insanos no crime desafiando a morte

[Verso 2: Diomedes Chinaski]
Na quebrada tá embaçado...
Vários malucos no meu Pernambuco fazendo presunto pelo queijo coalho
Nasci nessas ruas doidas, conheço o caos diário
O dia-a-dia das bocas, os loucos sanguinários

[Verso 3: Faraó]
Não bota a cara não, porque vacilo a gente cobra
E se eu num pegar o que é meu meus filhos vão ficar com a sobra
Só que é forte aqui aposta, o doidão, não se comporta
É tudo nosso brother, e o que não for tomo na tora

[Verso 4: Zaca de Chagas]
Se tu deve tu morre, se cagueta tu morre
É o crime, é muito simples, mas tu mosca e se fode
Porque num existe IBOPE, só existe quem é mais ligeiro
Atrás do dinheiro, fazendo seus corres, é vacila e se fode!

[Verso 5: Moral]
É grana, ganja, só os moleque manja
E os cana tão de olho em tudo que tu esbanja
A rua é firme, muito doida, enquanto o crime escama
12 de ferro na cinta 7 dias por semana

[Verso 6: Faraó]
Repasso o processo e me manifesto
Concordo com o bonde, o doze é completo, se é pra resolver os corres é castelo
Se é pra se envolver e ser o maestro dos berro
Os cano mais dragado dessa fita eu espero não ter que usar pra desfazer intriga!

[Verso 7: Diomedes Chinaski]
Pastor, polícia, político, favela em estado clínico
O sonho de todo favelado é ser rico
Em Mirueira, Jardim Baixo, o jogo é sujo
Uns fazem das drogas negócio outros fazem dela refúgio

[Verso 8: Zaca de Chagas]
Não existe dublê não pra ponto quarenta
A ficção dos teus filmes num chega a real da minha quebra
Polícia treme, não, os pivete aperta
Porque é sem dó nem coração, essa é a real da favela

[Ponte]
- Tu já tem um curriculum ai nesse mercado de trabalho do tráfico grande, né?
Se abrir a sua ficha dá... é emprego na certa pra você?
- Carteira assinada!
- Também, se der pra matar gente, é nenhuma?
- Oxe, quem vai sou eu... Então pode vim até 300 anos de cadeia mas só tira trinta... Um dia eu vou botar o pé na rua, faço do mesmo jeito... Num tem trabalho... tem que roubar, matar e traficar...

[Refrão]
É o crime!
Se a sociedade não dá...
É o crime
Os moleque sai pra buscar
É o crime
Vacilou vão te cobrar
É o crime, não é filme!

[Verso 9: Faraó]
Nego se mete a besta, eu não me comprometo a tôa
Investimento é tiro-certo e pessoas são só pessoas
O retorno é bem calculado, esse trampo sincronizado
Nossa meta é o amanhã, sem tretar, no sossegado

[Verso 10: Moral]
Cotidiano violento e as ações são lucrativas
Na madrugada insana essas ruas ganharam vida
Vários menor disposto e várias nêga na'tiva
Muito dinheiro no bolso, colecionando intriga

[Verso 11: Zaca de Chagas]
Princesa por que tu não muda? Tu gosta da vida de risco e atura
Achando a bonita a cutruca, querendo a disputa
Na doida e achar que é amor... amor de puta, matador?
Amor de puta, mata a dor? Será?

[Verso 11: Diomedes Chinaski]
Os caras querem grana...
Elas querem proteção e a moral da vida insana
Elas querem creme e uma roupa bacana
Eles querem charlar e no final levar pra cama

[Verso 12: Faraó]
Vira balão, vai deitar com duas conversa, aqui não vinga
Só ouço história torta mas não vi tua cara ainda
Num adianta vim botar queixo aqui com a tua banca
A ideia é uma só e os menor nunca desandam

[Verso 13: Moral]
Os baratino é universal unindo cabras e ratos
Naturais e químicos com sua sedas e pratos
Mais tiros nessa madruga, morreu alguém, ouço boatos
Quem ta de fora se cala, conhece a regra dos fatos

[Verso 14: Diomedes Chinaski]
Como seria diferente, se é referente
A um mundo onde todo mundo está doente?
Me diz quem compreende a gente?
Quando o ódio carrega os cara descarrega o pente!

[Verso 15: Zaca de Chagas]
Chave Mestra é óleo? Não
É a realidade das ruas de barro
Onde vários vão parar a sete palmos a baixo do chão
Sacou vacilão... Sacou vacilão?